As fronteiras diminuíram, ficou mais barato se deslocar e tem um monte de gente adotando um estilo viajante de viver. Mas parece que ainda não é para todo mundo. Mesmo sendo mais da metade da população brasileira, proporcionalmente, o número de negros fazendo turismo ainda é pequeno. Por isso, esse não é (só) um blog de viagens. Valorizamos lugares de cultura negra e narrativas de viajantes negros.
Damos visibilidade aos casos de discriminação e preconceito que os viajantes negros passam quando viajam. Queremos ser bem recebidos; temos direito de ir e vir aos lugares de turismo tradicional (eu vou visitar à Torre Eiffel sim!), sem sermos os únicos revistados numa fila ou sermos assediadas nas ruas.
A proposta é também contar histórias de lugares, pessoas e cultura negra. Inspirar, mapear e guiar por novas escolhas no turismo, por viagens mais diversas e por histórias com a nossa cor, que por muitos anos não foram contadas e existem em todas as partes do mundo, graças à diáspora negra.
Lembrando que nosso processo de reconhecimento passa por visitar lugares em que nos sentimos representados: na música, na comida, no jeito de andar, de falar, na história, na afetividade e nas memórias. Quantos lugares de cultura negra você conhece? Quantos você já priorizou visitar? Quantos negócios de pessoas negras você pautou consumir em detrimento de comércios de pessoas brancas? Vamos adotar o black money (pessoas negras consumindo de pessoas negras/se não me vejo, não compro) também na hora de viajar!
Turismo é escolha, é comércio, é consumo, é cultura, é dinheiro que circula, é conhecimento, pode e deve ser diverso também. Há um propósito de fazer com que os negros viajem mais e entendam que ter possibilidade de lazer é para nós também. Por mais pretos viajando, por mais afroturismo, por mais valorização da cultura negra e muitas estradas a serem percorridas por todos nós!
guianegro@gmail.com
Projeto incrível. Muito necessário sabermos de nós pela nossa própria ótica!
Obrigado! Acompanhe a gente também pelo @guianegro
Nada além de racismo foi escrito aqui. Nunca vi nenhum anúncio de turismo branco fazendo distinção mas é a primeira vez que vejo “turismo negro” no Brasil. A propósito, é vergonhoso ver um colunista que trabalha com a língua portuguesa escrever “EU VOU VISITAR À TORRE EIFFEL SIM”, não saber que a crase não se aplica à sentença.