2 de Julho: feriado na Bahia pela independência do Brasil

Baianos param hoje e não é pelo jogo da Copa; data é comemorada com desfile, protesto, religiosidade e carnaval (sempre)

Desde que você pisa na Bahia fica sabendo que há um feriado em 2 de julho pela independência do Brasil, que o resto do Brasil não conhece. A data marca vários monumentos do centro de Salvador; denominava o aeroporto (até Antônio Carlos Magalhães mudar para o nome de um de seus filhos); é nome de bairro do centro; de planta; de ruas e mais importante: uma das mais esperadas do ano, por que além do desfile cívico, da festa que toma as ruas, há protesto político e religiosidade, já que o cabloco que foi escolhido para representar os heróis da data foi lido pelas religiões afro-brasileiras como a entidade de nome homônimo e também é reverenciado.

A Bahia tem umas coisas que não se explica só se vive… Mas essa história da Independência da Bahia, ou melhor do Brasil, começa em 1822, quando o rei de Portugal, D. João VI, substitui o comandante das tropas de Salvador, o brasileiro Manoel Guimaraes, pelo general português Madeira de Melo. Muitos protestos acontecem nas ruas, gerando confronto entre a população e os soldados portugueses. Em fevereiro de 1822, soldados portugueses tentam invadir o Convento da Lapa na busca de rebelados, e acabam matando a madre superiora Soror Joana Angélica.

O movimento se alastrou pelas cidades do Recôncavo. No mês de junho de 1822 em Santo Amaro, os vereadores declaram D. Pedro o defensor perpétuo do Brasil independente, o que significa não obedecer mais ao rei de Portugal. No dia 25 de junho, na Vila de Cachoeira, também é declarado o rompimento. Outras cidades seguiram o exemplo, e Cachoeira se torna o centro das tropas libertadoras. O exército que lutava nesse período era majoritariamente negro e tinha mulheres como líderes, como é o caso de Maria Quitéria.

Os vaqueiros da cidade de Pedrão, comandados pelo padre Brayner, se incorporaram a luta, transformando armas de caça, em armas de guerra. D. Pedro I envia tropas comandadas pelo general Labatut e naus comandadas por Lord Cochrane. Um grande número de voluntários se incorpora a luta tornando decisivos os resultados de grandes batalhas, entre elas a de Pirajá, travada durante oito horas por 4 mil homens, resultando na libertação final das tropas portuguesas no dia 2 de julho de 1823. Ou seja, a data marca finalmente a independência da Bahia e do Brasil, quase um ano depois do 7 de setembro de 1822, considerado o dia da independência nacional, mas que ainda não tinha conseguido atingir todas as regiões do nosso território.

Naquela data, as tropas vitoriosas entraram na cidade pela antiga Estrada das Boiadas, que mais tarde passou a ser conhecida como Estrada da Liberdade. Pararam na Igreja da Lapinha, seguindo depois até a Catedral, onde aconteceu uma solenidade de Ação de Graças).

Atualmente, o desfile no dia 2 de julho repete todos os anos o trajeto das tropas vitoriosas. Em 1895 foi inaugurado o monumento ao 2 de julho no Campo Grande. Todo dia 25 de junho a sede do governo da Bahia é transferida para Cachoeira em uma homenagem à resistência da população do Recôncavo Baiano as tropas portuguesas durante as lutas pela independência. Desde 2010, o Hino ao 2 de Julho se tornou o hino oficial da Bahia.

Roteiro. Fatos, datas e personalidades ligadas a história da Independência da Bahia são lembrados em nomes de ruas e praças, esculturas, bustos, igrejas e museus de Salvador. Muitos podem ser vistos durante a visitação ao centro histórico da cidade, outros em áreas mais afastadas. Mas, se você visitante tem um interesse especial em fatos marcantes como esse, siga este roteiro e aproveite para sentir um pouco da força da Independência da Bahia.

No roteiro disponível no Google My Maps é possível conhecer a localização não só dos atrativos relacionados com o 2 de julho como os atrativos históricos e arquitetônicos que estão ao longo do trajeto do desfile.

Conheça mais da história do 2 de Julho na Bahia neste documentário.

Com informações da Bahia Turismo.

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Redação

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