A primeira Rota do Afroturismo Sustentável, voltada exclusivamente para a valorização dos territórios e da cultura negra no Rio Grande do Sul, começa a ser criada. Os territórios negros da península gaúcha estão localizados em um espaço privilegiado que se inicia no Quilombo de Morro Alto, onde é possível contemplar o litoral norte e médio. Seguindo pelos demais quilombos que são banhados por lagoas e próximos ao oceano atlântico, fazem parte da paisagem as dunas e sambaquis, a Lagoa do Peixe e o Farol da Solidão, além de outros atrativos.
A primeira reunião de articulação foi realizada no dia 4 de julho com a presença das lideranças quilombolas que compõem o Fórum das Comunidades Quilombolas do Litoral Médio e de várias autoridades municipais. No encontro, foi apresentada a nova rota turística que, junto ao Fórum das Comunidades Quilombolas, será transformada em projeto de lei a ser encaminhado para votação na Assembleia Legislativa.
A Deputada Laura Sito (PT), que fazia parte da comitiva, ressalta que a criação da nova rota turística já foi apresentada à Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado do Rio Grande do Sul, a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A expectativa é que, no futuro, a rota seja incluída na iniciativa Quilombo das Américas, uma articulação em rede de todas as comunidades negras da América Latina que vem sendo trabalhada pela FAO e o governo federal.
O turismo é um dos vetores de desenvolvimento do estado, no entanto, todas as rotas turísticas do Rio Grande do Sul estão voltadas para os territórios de origem europeia. Portanto, para a deputada, “a criação da 1ª Rota do Afroturismo Gaúcho é mais uma forma de reparação histórica da exclusão a que as comunidades negras foram submetidas, além de ser uma fonte de renda complementar para as comunidades quilombolas rurais.”
Segundo Laura Sito, “estamos buscando criar as condições objetivas para que este novo roteiro turístico seja um sucesso, com intercâmbio com outras comunidades quilombolas do país que já possuem rotas turísticas estabelecidas, formação e capacitação, além de linhas de crédito facilitadas para que as comunidades possam melhorar sua infraestrutura para receber os turistas.”
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