Guilherme Soares Dias
Racismo é a discriminação ou preconceito contra pessoas ou grupos por causa de sua etnia ou cor, como negros, indígenas ou pessoas de outros países, como chineses. Isso inclui desde agressões explícitas até formas inconscientes de desfavorecer pessoas negras ou indígenas, privilegiando pessoas brancas. O racismo determina a forma como pensamos. Ou seja, a cor da pele significa muito mais do que um traço da aparência.
Como o racimo é estrutural e estruturante ele afeta as pessoas de diversas formas no Brasil. No turismo, faz com que o número de viajantes negros seja bem menor que o de viajantes brancos, apesar dos negros serem maioria da população (54%). Isso é justificado desde por questões econômicas e sociais até o fato das pessoas negras não se verem nesse universo e acharem que isso não é para elas.
Além disso, quando viajam, as pessoas negras passam por situações que viajantes brancos nem imaginam. No caso dos homens, revistas no raio-x, abordagens no meio da rua, escolhas “aleatórias” para fazer teste antibomba, além de muitos olhares que dizem que você é o “diferente” em restaurantes ou pontos turísticos. Muitas mulheres negras sofrem ainda mais assédio e são hiperssexualizadas, além de sofrerem depreciação estética. Em uma pesquisa qualitativa em 2018, a turismóloga Tainá Santos constatou que 46,7% dos viajantes negros já vivenciaram ou sofreram situações de racimo e/ou injúria racial em viagens pelo Brasil.
Nos últimos dois anos, empresas ligadas ao turismo étnico têm surgido e cresce no Brasil o #blacktravelmovement, ou seja, o movimento de pessoas negras viajando para lugares que tem a ver com sua cultura e história. Nessa foto, estão representantes de três das empresas que promovem esse mercado: Cintia Ramos, da Diaspora.black, Beatriz Souza, da Brafrika Viagens e eu, da Black Bird Viagem.
Negro viajante: tratamento recebido, locais de cultura negra e solidão no turismo
La lecture de votre article a été très agréable. Adda Ximenes Narton