Um dos principais atrativos do afroturismo do Rio de Janeiro é o Cais do Valongo, na região central, também conhecida como “Pequena África” e que agora recebe o nome de “Valongo – Cais de Ancestralidades”. O local será palco de obras de melhorias de infraestrutura, sinalização no sítio histórico, projeto expositivo, além de site, redes sociais e um projeto educativo voltado para professores da rede pública da cidade e educadores de museus.
O curso de Educação Patrimonial “Valongo, Cais de Ideias” terá duração de três meses e o compromisso com o “não esquecimento”, não só com a memória dos negros escravizados que aportaram no Cais do Valongo, mas também ressaltando a importância histórica e cultural desse patrimônio para a sociedade. O objetivo é potencializar a ressignificação das identidades construídas e reconstruídas na diáspora. “Valongo, Cais de Ideias” faz parte do projeto de reestruturação que entende o sítio arqueológico como local de memória, de fatos e eventos sensíveis para a história da humanidade.
“Escravização e apagamento são duas, dentre tantas palavras, que atravessam a população negra e estão muito fortes e presentes quando se trata do Sítio Histórico e Arqueológico do Cais do Valongo. Em formato virtual, a trajetória educativa do curso inicia sua primeira fase convidando professores da rede pública e educadores museais a participar, gratuitamente, dessa reflexão sobre Patrimônio, Memória e Diáspora, pensando estratégias no presente e para o futuro” – afirmam Luis Araújo e Jéssica Hipolito, responsáveis pelo projeto.
O Cais do Valongo foi considerado Patrimônio Mundial da Unesco, em 2017, por ser o único vestígio material do desembarque de cerca de 1 milhão de africanos escravizados nas Américas. Esta é a segunda grande intervenção no local desde a obtenção do título e tem, entre outros objetivos, a missão de difundir o valor histórico do local. O sítio arqueológico foi redescoberto em 2011 durante obras de revitalização da Prefeitura na zona portuária do Rio de Janeiro, na operação urbana Porto Maravilha. Rapidamente, recuperou seu significado na memória da escravidão no mundo e hoje é parte importante da área da cidade conhecida como “Pequena África”.
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