A chef e empresária camaronesa Melanito Biyouha, que desde 2007 está a frente do Restaurante Biyouz em São Paulo, conta que a culinária do continente africano “exagera nos temperos”. Ela diz que as comidas servidas têm como base as verduras e alimentos orgânicos e destaca o milho, usado como base para o fufu, massa que acompanha os pratos.
Apesar de São Paulo ser uma capital gastronômica, os restaurantes africanos como o Biyouz recebem menos destaque do que outros que servem comidas italiana, francesa, árabe ou japonesa. “A culinária africana ser pouco conhecida é resultado da discriminação racial”, destaca Melanito. Ela diz que a maior parte dos ingredientes que usa na comida são encontrados no Brasil e destaca que o azeite de dendê é bastante consumido tanto por lá, quanto por aqui.
O restaurante tem muitos pratos com banana da terra e peixe, mas o predileto dela usa a folha de boldo como tempero – e o mais interessante é saboroso e não é amargo. Outra curiosidade do cardápio é o suco de baobá, árvore grandiosa que é um dos símbolos do continente. A chef faz questão de destacar que as pessoas negras têm capacidade de realizar grandes coisas e afirma que os corpos negros no mundo são vencedores. “Temos riqueza e inteligência. Nossos líderes precisam nos ajudar a alcançar um espaço que já é nosso”, considera.
Apresentado por Guilherme Soares Dias, o programa tem produção de Heitor Salatiel, charges de Felipe Carvalho, trilha de Boris Reine-Adelaide, designer de Iago Reizs e direção de Rodrigo Portela. A quarta temporada do #guianegroentrevista é uma parceria da Terra Preta Produções e da Catraca Livre.
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