A Festa Literária das Periferias (Flup) é palco de convergências internacionais poéticas, políticas e literárias. Em outubro de 2023, o II Mundial de Slam acontece nos palcos do festival para celebrar os 15 anos das batalhas de poesia falada no Brasil e os 50 anos do hip-hop. O rap, o hip-hop e os slam nascem no mesmo cenário. A poesia política das periferias do mundo vai se encontrar na Flup, no Rio de Janeiro, na Vila Olímpica da Gamboa, na Providência.
A primeira favela do país, lugar que batizou o nome favela com a força de não precisar tradução para nenhuma outra língua, vai receber de 12 a 15 e de 18 a 22 de outubro uma programação dedicada à Palavra Falada. Além de sediar pela primeira vez uma competição mundial de Slam, trazendo 40 poetas, dos cinco continentes, haverá outras batalhas de poesia: o Slam Trans Mercosul, o II Slam Coalkan, o I Slam das Minas BR, o Slam de Cria, IV Batalha de Rimas e, para terminar cada uma das noites, shows que mostram a relevância da MPB, do samba para a poesia e literatura brasileira, coroando um experiência de “Favela da Poesia”.
A Flup terá quatro línguas oficiais: português, espanhol, francês e inglês, com traduções simultâneas, além dos poetas que vão performar em língua nativa. A programação inclui o lançamento de um livro que reunirá poemas de 100 poetas do mundo que passaram pelo Rio Poetry Slam, que terá sua décima edição em 2023. O festival vai celebrar os 15 anos da chegada do Poetry Slam ao Brasil, anos da emergência da mais numerosa e mais relevante geração de poetas periféricos, com um forte protagonismo das mulheres pretas.
A poesia falada tem sido a expressão por excelência da juventude das periferias globais e os 50 anos do Hip-hop são a prova mais evidente da potência que emerge das periferias e, ao se afirmar no centro, reinventa as margens. Conectada a isso, uma exposição assinada pela Flup, no Museu de Arte do Rio – MAR, contará a história do poetry slam no Brasil.
A banda afro americana The Last Poets, precursores do rap e influenciadores do cenário do hip-hop e do slam com seu icônico e revolucionário repertório de spoken word music, é uma das atrações internacionais confirmadas na programação. O músico, escritor e ator Saul William, protagonista do filme independente Slam, de Marc Levin, melhor filme do Festival de Sundance em 1998, também participa da Flup. Ele e o diretor se encontram numa mesa de debate sobre o filme. Willians também fará uma apresentação musical.
Do cenário do rap nacional, a Flup vai reunir também Emicida, D2 e MV Bill em mesas de debates, além do espetáculo Hip-Hop Blues, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.
Poetas por continente – Slam Mundo
Europa
- Gaélane, Bélgica
- Filippo Capobianco, Itália
- Hamish Macdonald
- Noam Lavie, Israel
- Nicolas Calmes, Luxemburgo
- Elizabeth Mcgeown, Inglaterra
- Pablowski, Espanha
- Nika Gradisek, Eslovênia
- Melissa Zanga, Chipre
- Bedña, Eslováquia
- Vasek Z Ase, República Tcheca
- Shaunna Lee Lynch, Irlanda
- Juozas, Litu Nia
América do Norte
- Edward Nii Laate Lartey, Canadá
- Alejandro, Jimenez, México
América Central
- Isis Aquino, República Dominicana
- Ire Mujer, Costa Rica
- Djebi Kirikoutis, Haiti
América do Sul
- Ará- Natu Hija Del Rio, Uruguai
- Lady La Profeta, Colômbia
- Mercuria, Chile
- Maria Mercedes Botta, Argentina
- Ocotta!, Brasil
- Bianca Haddad, Venezuela
- Sweet End, Perú
Oceania
- Takunda Muzondiwa, Nova Zel Ndia
- Jo Yang, Austrália
África
- Xabiso Vili, África Do Sul
- Fa2mathsa, Níger
- Twitalite, Gana
- Naftary, Guiné
- Plume Celeste, Burkina Faso
- Slim Shaka, Quênia
- Deborah Johnson, Nigéria
- Borges, Moçambique
- Berenice, Costa Do Marfim
- Flown’t, Marrocos
- Kwanele Nyembe, África Do Sul
Ásia
- Michiyama Rain, Japão