Festival Latinidades terá edição online com shows, danças, mesas e oficinas

Maior festival de mulheres negras da América Latina, o Latinidades acontece entre os dias 22 e 27 de julho e tem como tema “Utopias Negras” em sua 13ª edição. A edição será digital via Youtube e terá programação com mais de 60 atividades, entre painéis, shows de música, recitais de poesia, workshops, vivências, oficinas, rodas de conversa e espaço infantil. Todas as regiões brasileiras estarão representadas, além de outros nove países do continente: Colômbia, Guiné Bissau, Nigéria, Barbados, Haiti, Costa Rica, Cuba, Jamaica e Etiópia.

Três grandes mulheres serão homenageadas: Mãe Dalva Damiana, da Irmandade da Boa Morte, na Bahia; a cantora carioca Elza Soares; e a artista Elisa Lucinda, do Espírito Santo, fundadora da Casa Poema, onde publicou livros de poemas. “O projeto parte do lugar das artes e da cultura para dialogar, disputar narrativas e fortalecer diferentes saberes de mulheres negras: na academia, na rua, na escola, no chão de fábrica, na comunicação, nos movimentos sociais, na gestão de políticas públicas… na diversidade infinita das nossas potências e possibilidades de produção de conhecimento. “, conta Jaqueline Fernandes, fundadora do festival.

As homenagens fazem referência ao 25 de julho, Dia da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, que no Brasil foi instituído por lei, em 2014: Dia Nacional de Tereza de Benguela. “Vamos celebrar o Julho das Pretas, como marco de luta das mulheres negras na diáspora. Nossa história nasce de muitas utopias, herdadas e construídas. Não vamos parar. Vilma Reis já nos alertou: ‘somos a esperança nos escombros’. Então, na mesma lógica do fique em casa, se puder, por favor, sonhe!”, convoca o manifesta do festival.

Entre os shows destaque para Nara Couto (24 de julho, às 20h); Tuyo (24 de julho, às 22h); Preta Ferreira (25 de julho, às 21h) e Majur (27 de julho, às 21h). Pela primeira vez, o Festival Latinidades vai abrir com uma conversa entre crianças, de 9 a 11 anos, para falar do futuro. A programação começa, no dia 22 de julho, às 10h, com a mesa “Papo de Futuro”, em parceria com a Crespinhos S.A. , do Rio de Janeiro. Todos os dias acontecem atividades no espaço infantil “Pretinhosidade”, realizada pelo Grupo Editorial Pretaria Black Books e Aflorarte Produções. “Cada vez mais, buscamos estabelecer um processo formativo baseado na horizontalidade. E nesse exercício, é fundamental o reconhecimento da infância enquanto categoria social e das crianças negras como sujeitos históricos de direito, produtoras de cultura e de conhecimento”, afirma Jaqueline.

Já o encerramento do festival, dia 27 de julho, será dedicado ao projeto “Serviço de Preta”, uma maratona de ofertas de cursos, mentorias, workshops e ferramentas para fortalecer negócios de mulheres negras – um espaço de formação empreendedora, especialmente criado para trabalhadoras negras da cultura. “Apesar de todo o legado da cultura negra para humanidade, os espaços onde se discute o mercado da arte e da cultura têm sido, historicamente, negados para pessoas negras. E não basta simplesmente estar lá, já que, não raramente, não dispomos das ferramentas necessárias para corresponder ao network e às dinâmicas lineares, eurocentradas e embranquecidas da indústria” explica Jaqueline Fernandes.

Confira a programação completa no site: http://afrolatinas.com.br/

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Redação

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