O espetáculo “Mercedes”, que conta a história da primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio, já alcançou mais de 4 mil espectadores, circulou por cinco cidades do Estado do Rio de Janeiro e participou de festivais e mostras Brasileiras terá temporada virtual de 20 a 30 de maio, na plataforma do YouTube do Sesi para celebrar os cinco anos do Grupo EMU e o centenário de Mercedes.
Mercedes Ignácia da Silva Krieger, nascida em 20 de maio, bailarina de formação erudita – uma das maiores representantes da cultura afro-brasileira no mundo -, pioneira da dança moderna brasileira e principal responsável pela disseminação das alas coreografadas do carnaval carioca é homenageada neste espetáculo teatral, que faz uma viagem pela vida da artista que até hoje contribui para o resgate e preservação da cultura negra brasileira.
“O Emú surge da convergência de anseios pautados na formulação de uma zona material poética, que possibilite ao ser negro e artista o agenciamento e autoria de sua própria história. A Cia tem a negritude como uma construção constante e se utiliza do palco como um instrumento para a potencialização do autoconhecimento e para a formulação de personagens não aprisionadas pelas paisagens responsáveis pela limitação das potencialidades do artista e indivíduo negro” – destaca Sol Miranda, atriz, produtora e idealizadora do projeto.
É a partir de sua trajetória que o grupo se lança sobre uma dramaturgia interessada no diálogo da questão racial com a contemporaneidade e agrega à apresentação manifestações artísticas como teatro, dança e música, utilizados como símbolos poéticos de representação da ligação entre a formação clássica e os conhecimentos de danças de matrizes negras. O universo da ficção submete um retorno às expressões afro-brasileiras, por meio da apresentação de uma narrativa em torno da construção da identidade negra na dança brasileira, contada a partir de fatos reais e fictícios da vida da personagem título.
Grupo EMÚ
É uma iniciativa para formação e consolidação de equipes negras no campo de trabalho, subdividindo-se em: Emú Produções Artísticas e Culturais (Produtora), Cia Emú de Teatro Negro e Núcleo de Pesquisas NEGRAHR (UFRJ). É uma companhia formada para investigação teatral, conciliando um diálogo da questão racial com a contemporaneidade.
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