Mudança de nome em SP: Praça recebe nome de “Liberdade África Japão”

A história negra do bairro da Liberdade, o primeiro habitado por essa população na capital paulista entre os séculos 18 e 19, volta ao protagonismo. Hoje, o principal ponto de encontro no bairro, passou a se chamar Praça da Liberdade África Liberdade.

A lei Nº  17.954,  de  31  de maio de 2023 foi assinada pelo prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB) e é resultado do Projeto de Lei nº 23/20 proposto pelos vereadores Reis (PT), que hoje é deputado estadual, e Luana Alves (PSOL).

A Praça fica entre a Avenida Liberdade, Rua Galvão Bueno e Rua dos Estudantes, Distrito da Liberdade, Subprefeitura da Sé. Hoje, importante ponto turístico, recebe feira livre às quartas-feiras, além de feira gastronômica e de artesanato aos sábados e domingos. A estação de metrô, administrada pelo governo do estado, continua, por ora, com o nome de Japão-Liberdade.

A plataforma de afroturismo Guia Negro realiza quinzenalmente a Caminhada São Paulo Negra, que conta a história com protagonismo negro da região. A praça abriga ainda a estátua de Madrinha Eunice, a Deolinda Madre, fundadora da primeira escola de samba da cidade, a Lavapés.

NOVA HISTÓRIA

Há ainda um projeto de construir o Memorial dos Aflitos, que vai contar sobre a presença dos negros na Liberdade. O local destinado a reavivar essa história é no terreno em que estava sendo construído um centro comercial, na Rua Galvão Bueno, 48, nos fundos da Capela dos Aflitos, e onde foram encontrados em dezembro de 2018 nove esqueletos pertencente ao cemitério dedicado a negros e indígenas que funcionou na região entre os séculos 18 e 18.

Além de abrigar Cemitério dos Aflitos, a Liberdade era palco, nos séculos 18 e 19, do Pelourinho, poste em que os escravizados eram castigados, além de receber as primeiras residências das pessoas negras alforriadas e da forca, onde algumas delas eram condenadas à morte em praça pública, onde hoje é a Praça da Liberdade África Japão.

Só no começo do século 20 começaria a ser ocupado pelos japoneses, recém-chegados em São Paulo. Esse foi um dos processos de gentrificação da cidade, que expulsou os negros que moravam naquela que foi uma das primeiras periferias paulistanas.

Na década de 70, as luminárias japonesas passaram a adornar o bairro, que foi atraindo cada vez mais comércios, turismo e eventos ligados à cultura nipônica. De 2010 para cá, as migrações chinesa e coreana cresceram no bairro.

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Redação

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