A exposição “Abdias Nascimento: um espírito libertador” em cartaz no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói (RJ) conta com quadros em óleo sobre tela de diversos tamanhos e uma série de documentos (em sua maioria cartazes, entrevistas e fotografias), que também compõem o aspecto documental da mostra. Essa é a primeira exposição de um museu de arte contemporânea da pintura do ativista, político, professor, ator e teatrólogo Abdias Nascimento – importante nome para a história do movimento negro no Brasil. Sua produção como artista visual fazia parte desse ativismo ao afirmar e valorizar os valores culturais de origem africana.
O convite partiu do diretor do MAC, Marcelo Velloso, que fez questão de explicar as fases das obras. “A exposição é um ponto de deferência para toda a sociedade brasileira, era um artistas completo, um ativista monumental e grande defensor das liberdades e valorização das culturas negras. A exposição nos permite mergulhar no imaginário negro e faz emergir identidades múltiplas por trás de um olhar de um olhar e mãos singulares de Abdias do Nascimentos”, atesta.
Nas cinco paredes do Salão Principal do MAC Niterói, estão mais de trinta obras produzidas por ele em um arco temporal que vai desde a década de 1960 até o final dos 1990. Grande parte de suas pinturas diz respeito à tradição dos orixás e, é constante nas suas imagens, as presenças de Exu, Iemanjá, Oxum, Xangô, Ogum e Oxossi. Tendo vivido mais de dez anos nos Estados Unidos, ele produziu, ainda, uma série de obras que tratam do encontro com a cultura norte-americana e com o movimento negro e antiguerra dali.
A exposição é uma começou em abril e segue até 4 de agosto e é parceria com o IPEAFRO (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros). Curadoria de Pablo Leon de La Barra e Raphael Fonseca. O MAC abre de terça a domingo, das 10h às 18h, custa R$ 10. O museu foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer e é um dos principais atrativos turísticos de Niterói, tendo uma vista privilegiada da cidade do Rio de Janeiro.