Cantora e compositora, Teresa Cristina afirma que a música tem um poder de despertar gatilhos e também de cura. “O gatilho é um chamado”. Rainha das lives em 2020, a carioca é a convidada da semana do Guia Negro Entrevista e lembra que o samba simboliza a resistência e ancestralidade do povo preto no Brasil. “O samba é uma maneira de se portar, é um conceito. É tudo isso porque é uma força ancestral. Ancestralidade não se apaga”, afirma.
Teresa critica o presidente Jair Bolsonaro e diz que o Brasil “tá passando a pandemia com um presidente genocida, uma pessoa completamente irresponsável”. Para ela, esse ano de recolhimento e aprendizado foi também de ver seu trabalho ganhando mais projeção por meio das lives diárias que realizou. Teresa diz que entendeu que seu potencial estava dentro de si mesmo e que em 2020 “o que mais viu foram verdades vindo à tona”.
Ela comanda lives diárias e elege o dia que falou sobre ancestralidade como um dos mais emocionantes. “Foi o dia que eu senti que levitei, quando a gente fala de ancestral a gente tá chamando os nossos heróis, nossas forças para ajudar a contar essa história”, acredita. A cantora diz que antes de se dedicar a arte tentou outras profissões e fugia do chamado por conta de uma timidez provocada pelo racismo. Teresa indica cantores que ela admira o trabalho e lembra de uma música de Candeia que marca também sua carreira. Ela indica ainda a Pedra do Sal “que tem um segredinho” e Madureira “que é o nosso real quilombo, nossa Wakanda”.
Apresentado por Guilherme Soares Dias, o programa tem produção de Heitor Salatiel, charges de Felipe Carvalho, trilha de Boris Reine-Adelaide, designer de Iago Reizs e direção de Rodrigo Portela. A quarta temporada do #guianegroentrevista é uma parceria da Terra Preta Produções e da Catraca Livre.