13 revoltas revolucionárias para o povo preto

Por Potências Negras*

Esqueça a Princesa Isabel e a abolição inconclusa! Há pouco a comemorar hoje, 13 de maio, afinal, nada nos foi dado, foi tudo conquistado. Houve muita luta e temos nossos heróis e heroínas. Sempre tivemos as nossas estratégias de resistência e sobrevivência! Confira as 13 revoluções negras que “a história da história” não conta, mas são pedras fundantes do processo de emancipação e autonomia negra!

1 – Quilombo de Palmares (Ngola Djanga) – Alagoas, 1580-1695

Ngola Djanga, ou Nova Angola, foi o maior símbolo da resistência contra a escravidão no Brasil colônia. Mesmo que não tenha tido êxito completo, Palmares abalou a dominação europeia e as notícias de suas ações inspiraram os caminhos dos africanos rumo à liberdade ao longo do período colonial até hoje.

2 – Quilombo do Quariterê – Mato Grosso, 1730-1795

Liderado por Teresa de Benguela, a Rainha Teresa, o quilombo tinha uma avançada organização política (operava por meio de uma espécie de parlamento). Além de resistir às investidas das forças coloniais, tinha uma forte relação comercial com as vilas da região. Chegou a reunir cerca de 200 africanos e indígenas.

3 – Revolta do Engenho Santana – Ilhéus/BA, 1789 e 1824

Localizado nas margens do Rio do Engenho, em Ilhéus, os escravizados desse engenho se levantaram em duas ocasiões, formando quilombos. No primeiro episódio, os rebeldes submeteram ao escravizador um tratado com as condições sob as quais retornariam ao trabalho, em uma das primeiras greves registradas no Brasil.

4- Revolta dos Búzios (dos Alfaiates/Conjuração baiana) – Bahia, 1798


Organizada por alfaiates, artesãos e escravizados, lutou por uma sociedade mais democrática e racialmente igualitária. Não conseguiram o objetivo final, mas sim uma série de leis assegurando alguns direitos mínimos. Os bustos dos quatro líderes foram erguidos na Praça da Piedade em Salvador/BA.

5- Revolução Pernambucana – Pernambuco, 1817

Teve ordem expressa pela coroa de Portugal de ser apagada da história porque conseguiu por quase dois meses tirar o poder da coroa portuguesa naquela região do Brasil! Foi liderada por um oficial negro chamado Pedro Pedroso, que, inspirado na Revolução do Haiti, colocou a questão racial acima de qualquer bandeira.

6- Revolta das Carrancas – Minas Gerais, 1833

Também conhecida como Levante de Bela Cruz, foi uma rebelião feita por escravizados em 13 de maio de 1833 nas fazendas Campo Alegre e Bella Cruz, localizadas na Freguesia de Carrancas, em Minas Gerais. A rebelião, liderada por Ventura Mina, atacou a Casa Grande e as famílias escravistas das duas fazendas.

7 – Revolta dos Malês – Bahia, 1835

Protagonizada por negros muçulmanos, com destaque para Luiza Mahin, tinha como objetivo a libertação dos escravizados, garantia da liberdade de culto e eram, em sua maioria, das etnias hauçá, igbomina e picapó. Suas ações foram baseadas em experiências de combate que trouxeram de África, como a troca de informações escritas em árabe.

8 – Balaiada – Maranhão, 1838-1841

A Balaiada foi uma insurreição popular composta por diversos setores sociais contra movimentos como o coronelismo. Sob a liderança de Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, homem que fabricava balaios – cestas de vários trançados – se juntaram trabalhadores livres, pessoas escravizadas e artesãos na busca pela liberdade e igualdade.

9 – A revolta de Manoel Congo – Rio de Janeiro, 1838

A revolta começou em Paty do Alferes, em novembro de 1838, após a morte do escravo Camilo Sapateiro pelo capataz de uma das fazendas da região. Liderados pelo ferreiro Manoel Congo, os escravizados mataram o capataz e organizaram uma fuga em massa de centenas de cativos em duas fazendas do capitão-mor.

10- Revolta de Queimado – Queimado/ES, 1849*

A insurreição durou cinco dias e envolveu mais de 300 negras e negros escravizados. Foi desmobilizada com mortes e prisão de suas lideranças, que depois fugiram sem deixar rastros e construíram um quilombo em Cariacica. A principal líder, Elisiário, passou a ser conhecido como Zumbi da Serra, em referência à Zumbi dos Palmares.

11 – A Greve Negra – Bahia, 1857

Em resposta a um decreto que taxava o trabalho de muitos “ganhadores e ganhadeiras”, houve uma greve geral de escravizados e libertos. Com a economia parada, os legisladores retiraram a taxa abusiva de cadastro de ganhadores, mantendo a obrigação do uso de uma chapa de identificação, depois foi derrubada por protestos pós-greve.

12- O levante dos jangadeiros e o Dragão do Mar (Chico da Matilde) – Ceará, 1881

O líder dos jangadeiros, o lendário Dragão do Mar, deflagrou a greve com os seus companheiros. Sua ousadia e coragem paralisaram o mercado escravista no porto de Fortaleza nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de 1881, acelerando o fim da escravização formal no estado do Ceará, ocorrida 1884.

13 – Revolta de Cantagalo – Campinas/SP, 1885

Em 1885, 120 pessoas escravizadas da fazenda Cantagalo, localizada na cidade de Campinas, interior de São Paulo, rebelaram-se e fugiram em massa da fazenda em direção à cidade, entoando gritos de “Viva a Liberdade!” pelo caminho. Os inúmeros levantes coletivos e individuais negros levaram ao fim do regime escravista em 1888.

*Grupo de Whatsapp e página do Instagram composta por cerca de 140 pessoas negras de diferentes áreas

 

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Redação

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2 comentários

  1. A princesa Isabel não fez nenhum favor a nenhum escravizado, ela só assinou a Lei Áurea por pressão tanto de abolicionistas quanto das revoltas dos escravizados, além dos motivos externos, como a pressão da Inglaterra.

    Zumbi NÃO possuía escravos. Não existe NENHUMA fonte histórica que comprove que ele tinha, o que você leu no Guia Politicamente Incorreto do Brasil são mentiras que não possuem fontes históricas.

  2. Princesa Isabel foi de grande importância sim. E cadê que vocês falam sobre os abolicionistas? André Rebouças, Luís Gama, José do Patrocínio e entre outros. Era só o que faltava mesmo, mudar a história do Brasil. E aliás, Zumbi dos Palmares tinha escravos.

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