Um enorme mural com a imagem de Nelson Mandela, ex-presidente sul-africano que é símbolo mundial da luta por igualdade, justiça e liberdade, encanta quem passeia pelo Minhocão, o polêmico viaduto de 3,5 quilômetros de São Paulo, que acabou se tornando um dos símbolos da cidade. Nesse 25 de janeiro, quando São Paulo completa 465 anos, que tal aproveitar o Minhocão aberto e o feriado do aniversário da cidade para conhecer o grafite?
Criado pelos artistas Criola e Diego Mouro em outubro de 2018, ele faz parte das homenagens ao centenário de Mandela que foram orquestradas pelo South African Tourism, escritório de turismo da África do Sul no Brasil no ano passado.
Localizado na altura da estação de metrô Marechal Deodoro, o mural tem cerca de 15 por 25 metros, e faz sucesso entre aqueles que passeiam no Minhocão: ninguém quer perder a chance de tirar uma selfie com Madiba, como o líder é conhecido na África do Sul. Eu sou vizinho do grafite e a primeira vez que o vi fiquei bastante feliz e impressionado com a obra. Também não resisti em tirar minha selfie, junto com o Heitor Salatiel, nosso fotógrafo do blog:
O mural retrata Mandela cercado por traços gráficos de cores fortes, e por símbolos do seu país de origem, como a flor protea e o guepardo. O processo de criação da obra foi retratado em vídeo, que fala também sobre a jornada de Mandela e sua importância na luta por direitos humanos, não apenas na África do Sul, mas no mundo.
“Esse mural me pega muito em um lugar de esperança, de acreditar em um mundo novo, possível. Pra mim é muito importante ter ele aí pra que as pessoas possam olhar, respirar e seguir”, diz Diego Mouro.
Para Criola, “fazer parte desse projeto significa materializar em arte a potência de um ser lúcido, dotado de uma consciência cidadã muito elevada. Ele nos mostra o quanto é possível caminhar com justiça, com amorosidade e com igualdade.”
Nós do Guia Negro queremos ajudar a promover outras histórias e lugares. Essa é a São Paulo, que a gente quer que você conheça. Nada mais paulistano que um passeio pelo Minhocão. E ainda mais simbólico para o povo preto do que reverenciar o presidente africano que mais lutou pelo fim do racismo.
Serviço: o Minhocão está aberto paras as pessoas (com trânsito fechado para os carros) todos os dias a partir das 20h até às 5h. Aos sábados, domingos e feriados, o elevado fica fechado durante todo o dia.
O que é legal: andar de bicicleta, de patins, skate, a pé, com o cachorro, namorar, paquerar, fazer piquenique, levar sua música.
O que tem: vendedores ambulantes que comercializam coco, cerveja, água.
Segurança: mesmo durante a noite, o elevado costuma ser tranquilo. Também há um carro móvel da guarda municipal por lá.
Dicas: caminhe durante toda a extensão do minhocão (3,5 quilômetros). Repare na geografia da cidade, nos apartamentos e dê uma olhada no mural “arte é resistência” na altura do Largo do Arouche, que retrata Raquel Virgínia e Assucena Assucena, do grupo As Bahia e a Cozinha Mineira e a MC Linn da Quebrada, todas cantoras trans.
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