A Prefeitura de São Paulo elaborou uma lista com 40 monumentos da cidade considerados controversos por homenagearem pessoas ligadas a momentos sensíveis do passado brasileiro —como a escravidão, o massacre indígena, o período colonial e a ditadura militar.
Entre as esculturas destacadas estão a estátua do bandeirante Borba Gato, Cristovão Colombo, Anhanguera, Pedro Álvares Cabral, entre outros. De acordo com a Folha de S. Paulo, o levantamento foi feito pelo DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), da Secretaria Municipal de Cultura, e trata-se de uma lista inicial, que visa estimular o debate sobre as obras com a sociedade civil. Segundo o órgão, não há intenção de “removê-los, condená-los ou mesmo alterá-los”. O objetivo, segundo a Prefeitura, é contribuir com o debate feito pela sociedade.
Confira os 40 monumentos:
1 – Alexandre de Gusmão (1695-1753)
2 – Alfredo Maia (1856-1915)
3 – Almirante Joaquim Marques de Lisboa – Marquês de Tamandaré (1807-1897)
4 – Almirante Joaquim Marques de Lisboa – Marquês de Tamandaré (1807-1897)
5 – Amizade Sírio-Libanesa
6 – Andando – Monumento a São Paulo
7 – Anhanguera (1672-1740)
8 – Augusto de Prima Porta (63 a.C. – 14 a.C.)
9 – Borba Gato (1649-1718)
10 – Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
11 – Camões (1524-1580)
12 – Carlos Botelho (1899-1982)
13 – Conde Francisco Matarazzo (1854-1937)
14 – Conde Francisco Matarazzo Júnior (1900-1977)
15 – Conselheiro João José da Silva Carrão (1810-1888)
16 – Cristóvão Colombo (1451-1506)
17 – Cruz de Anchieta
18 – Fundadores de São Paulo
19 – General Estilac Leal (1893-1955)
20 – Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo
21 – Heróis da Travessia do Atlântico
22 – Homenagem ao Imortal Prefeito de São Paulo, José Vicente de Faria Lima (1909 – 1969)
23 – Infante Dom Henrique (1910-1993)
24 – José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838)
25 – José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência (1763-1838)
26 – José Bonifácio, O Moço (1763 – 1838)
27 – Monumento à Aldeia de Nossa Senhora dos Pinheiros
28 – Monumento a Cícero (106 a.C – 43 a.C.)
29 – Monumento a Duque de Caxias (1803 – 1880)
30 – Monumento à Independência
31 – Monumento às Bandeiras
32 – O Caçador de Esmeraldas (Fragmento do Monumento a Olavo Bilac, 1865-1918)
33 – Padre Bento Dias Pacheco (1819 – 1911)
34 – Padre José de Anchieta (1534 – 1597)
35 – Padre José de Anchieta, Apóstolo do Brasil (1534 – 1597)
36 – Pedro Álvares Cabral (1467 – 1520)
37 – Praça Hussam Eddine Hariri
38 – San Martin (1778 – 1850)
39 – Tenente Coronel Carlos da Silva Araújo (1835 – 1906)
40 – Tiradentes (1746 – 1792)
Estátuas que homenageiam figuras com passado escravocrata foram retiradas de países como Bélgica, Inglaterra, Estados Unidos, Colômbia e Martinica. No Brasil, a estátua de Borba Gato foi incendiada por manifestantes no último 24 de julho, mas não caiu e teve promessa de ser revitalizada pela Prefeitura de São Paulo. A vereadora Luana Alves (PSOL) apresentou um projeto de lei que busca a retirada, substituição ou a implementação de uma sinalização em símbolos que façam homenagens a escravocratas, nazistas ou eugenistas. A deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL), também propôs projeto semelhante na Assembleia Legislativa em 2020, mas a proposta está travada dentro da casa.
A prefeitura anunciou ainda que vai construir cinco novos monumentos homenageando pessoas negras em São Paulo, mas admite que todos terão no máximo dois metros de altura.
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