O vocalista do Afrocidade, MDCO, é o convidado desta semana do Guia Negro Entrevista. Cantor, original de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, conta como foi sair da cidade, sem ter referência de artistas locais, e fazer música baiana. “Somos parte de um processo diaspórico de conexões”, afirma.
Para ele, o que unifica os sons produzidos nas periferias e na diáspora africana é a comunicação proporcionada pela música. “A música híbrida está em todas as comunicações da diáspora”, considera. Ele fala ainda da importância da malandragem de caminhar na terra do colonizador resistindo com a cultura negra. “Quando vocês pensam que estamos fracos, estamos nos fortalecendo”, ressalta, emendando: “Temos o groove, tem o tempero, o molho da parada, o gueto sempre vai criar”.
MCDO conta também sobre o encontro com Mano Brown no trio do Afropunk durante o carnaval de 2020. “Estar ali com ele significou que estamos no caminho de continuidade de nossos ancestrais”.
Entre os novos ritmos, ele considera que o pagotrap, mistura do pagodão baiano com o trap, vai ser referência para todo o Brasil. MCDO sugere ainda que todos possam conhecer a comunidade de Parafuso, em Camaçari, e cita Steve Biko ao responder a clássica pergunta sobre como é ser um corpo negro no mundo: “Independentemente das condições que um negro se encontre as nossas causas são as mesmas”.
O Guia Negro Entrevista é realizado pela Terra Preta Produções, tem apresentação e roteiro de Guilherme Soares Dias, produção de Heitor Salatiel, direção de Rodrigo Portela, imagens de Tiago Guilherme Silva, com trilha de Boris Reine Adelaide e design de Grida.
Acesse a playlist do Guia Negro Entrevista para conferir os outros vídeos do programa:
https://bit.ly/GuiaNegroEntrevista
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