Por Jonathan Raymundo*
Poderoso homem Negro a Serra da Barriga ainda ecoa seus gritos de liberdade. Os mares, as selvas e ruas ainda cintilam seu sangue. Sendo nobre, desde sempre, tem sua dignidade violada e por todos os meios procuram lhe empurrar o medo e a morte como companhia. És tu que se trabalhas, ocupa os lugares mais quentes de baixo da terra e mais quentes acima do solo.
Periculosidade é seu caminho. No entanto, as pirâmides ainda dão conta. As muralhas ainda estão de pé. Os túmulos ainda guardam sua riqueza. Foste tu que disse não a guerra enquanto fazia brotar no coração do seu povo, em pleno ringue, o amor pelos seus. Na cadeia, recobraste o seu dever, e ainda hoje o X faz tremer as velhas mentiras. Na cadeias e cemitério, nos hospitais e hospícios, nas calçadas e camburões querem te resumir e assim, manter a estrutura de violação de seu povo.
Desde os árabes, aos europeus é a carne a ser destroçada primeiro. Mas, escuta-me: “sem ti não há chances de liberdade. Não há futuro sem sua nobre parte, sem sua nobre cor.” Recupere, mesmo no poço escuro, sua própria luz. Somos os pais da humanidade. Aqueles que venceram as selvas mais densas, os animais mais ferozes. Os que cavaram com carne e sangue o futuro do mundo! Homem Negro você é divino e a prova de ainda estás aqui, mesmo diante de tudo que sabes e vives, é o recado dos ancestrais ao seu coração. Olhe seus olhos no espelho e reencontre a verdade sobre si mesmo e sobre seu povo! És divino!
*Professor de História e Filosofia. Palestrante. Escritor. Produtor cultural. Criador e Organizador do @wakandainmadureira.
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