Guilherme Soares Dias
As novas cinco estátuas de pessoas negras anunciadas ontem pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo não vão representar as pessoas negras em sua grandiosidade, nem serão imponentes como de figuras controversas como Borba Gato e Duque de Caxias. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, as esculturas serão “figurativas em tamanho real”, ou seja, de até 2 metros. A justificativa do órgão é “promover integração dos transeuntes”.
As obras devem começar em setembro e têm previsão de conclusão em 5 meses, contados a partir da data de início. Os valores e os artistas que farão as esculturas ainda não foram revelados. Carolina Maria de Jesus, Adhemar Ferreira da Silva, Itamar Assumpção, Madrinha Eunice e Geraldo Filme serão os homenageados em novos monumentos na cidade.
Hoje não há estátuas na cidade que sejam de pessoas negras e amplamente conhecidas pela população geral justamente por todas serem pequenas e não ganharem seus nomes no entorno. São Paulo tem 367 monumentos catalogados pelo Instituto Polis, dos quais apenas sete, ou 2% do total, retratam pessoas negras.
A estátua de Zumbi dos Palmares, por exemplo, tem 2,2 metros de altura, ante os 13 metros da estátua de Borba Gato, bandeirante que escravizada indígenas e teve sua homenagem incendiada por manifestantes do movimento negro no último dia 24 de julho.
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