[qodef_dropcaps type=”normal” color=”” background_color=””]M[/qodef_dropcaps]ais do que um espaço que reúne expositores, rodas de conversas e shows, a Feira Preta promove encontros e valoriza a cultura negra. É quando os milhares de negros paulistanos saem de casa para se encontrar em um único lugar. A verdadeira Wakanda afrobrasileira, já que São Paulo é a cidade com mais negros fora da África — cerca de 4 milhões de pessoas se declaram de cor preta ou parda na capital paulista. Em sua 17ª edição, o evento idealizado por Adriana Barbosa teve recorde de público, reunindo cerca de 52 mil pessoas.
A Feira realiza ainda rodas de conversas — neste ano reuniu 40 painelistas para debater afetividade, comunicação e empreendedorismo –, e também é a oportunidade para que empreendedores da moda e gastronomia vendam os seus produtos. Entre eles, paulistanos e expositores de outros estados, onde se faz presente formando empreendedores negros por meio do Afrolab. O Black Bird fez parte dessa formação conduzindo caminhadas para os participantes da capacitação que participariam da feira.
Nos dias 18 e 20 de novembro, a caminhada São Paulo Negra, que conta a história dos lugares e personagens negros da cidade, também foi realizada com o público geral, que foi conduzido do bairro da Liberdade até a Praça das Artes, onde a Feira ocorreu este ano. As historias foram contadas pela Relações Públicas Luciana Paulino, pelo jornalista Guilherme Soares Dias e o produtor cultural Heitor Salatiel, com participações da jornalista Cinthia Gomes e o Frei David. Foi uma oportunidade única de reunir passado e presente e de terminar a narrativa das histórias com quem faz um presente de empoderamento negro. Ficou um gosto de quero mais — adoraríamos que a Feira Preta ocorresse todo mês para fazermos essa parceria mais vezes.
Os 120 expositores que estiveram por lá fazem coro dessa opinião. Afinal, é o evento mais esperado do ano, não apenas pela exposição e novos negócios para as marcas, mas também por representarem a maior venda direta dos produtos.
No campo artístico, há uma curadoria dos cantores negros em voga. Foi o caso de Luedji Luna, Rincon Sapiência e de revelações como o grupo de rap gay Quebrada Queer. A festa Batekoo, que reúne jovens, negros, periféricos e LGBTs em ritmos dançantes, também esteve presente. A grande atração da noite, Elza Soares, até quis cantar até o fim, mas foi impedida por um problema técnico na estrutura oferecida pela Prefeitura de São Paulo e prometeu fazer outro show em uma nova data. Contratempos a parte, a Feira Preta foi sucesso pelos negócios que gerou, pelos encontros e o mais importante: pela resistência e fortalecimento da cultura negra. Vida longa ao evento e parabéns à toda equipe envolvida!