Exposição Desmonumenta problematiza 22 monumentos da cidade de SP

Exposição na Praça do Relógio da Universidade de São Paulo, a USP, utiliza realidade aumentada para discutir a colonialidade do patrimônio histórico com 22 monumentos relacionados aos anos de 1922, 1954 e 1972. Aplicativo para celular permite carregar e visualizar monumentos dispersos na cidade a partir de distintos pontos de vista e visitá-los com audioguias. A entrada é gratuita.

O projeto “demonumentaRA” foi inaugurado no dia 30 de setembro de 2022, e utiliza um aplicativo original e gratuito, com audioguias para acessar modelos 3D de 22 monumentos da cidade, que foram, em sua grande maioria, inaugurados durante datas comemorativas de nossa história. “demonumentaRA” integra o projeto demonumenta, idealizado pela artista professora da FAUUSP Giselle Beiguelman e o artista Bruno Moreschi, e tem concepção e direção geral do designer Luís Felipe Abbud. O projeto demonumenta propõe um debate sobre a colonialidade embarcada no patrimônio e acervos públicos da cidade de São Paulo por meio de experimentos com novas tecnologias e processos colaborativos de pesquisa e produção

[Monumento à Independência (Ettore Ximenes, 1922)]

O foco do projeto são os monumentos criados para a celebrações de 1922, incluindo as reverberações da Semana de Arte Moderna e do Centenário da Independência nas décadas posteriores, como 1954, ano do do quarto Centenário da Cidade de São Paulo, e em 1972, controversa data do sesquicentenário da Independência, promovida pela ditadura militar sob o governo de Emilio Garrastazu Médici.

“’demonumentaRA’ é o resultado de um projeto de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvido integralmente na FAUUSP, envolvendo alunos de graduação e pós-graduação, dos cursos de Arquitetura e Design, com participação de outras unidades como o IME (Instituto de Matemática e Estatística) e o Museu Paulista da USP. Propõe uma reflexão sobre o patrimônio histórico, a partir de uma abordagem transversal do conhecimento, sem hierarquizar a teoria em relação às práticas, e o lugar do aluno e do professor. Com apoio da Pró-Reitoria de Pertencimento e Inclusão e recursos do Proac, o projeto pensa a universidade pública em interlocução com a sociedade, combinando pesquisa histórica e tecnologias digitais, por meio de uma experiência lúdica, interativa e pedagógica”, declara Giselle.

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[Sinalização da exposição na Praça do Relógio, USP]

A parte expositiva do projeto conta com expositores espalhados pela Praça do Relógio da USP, contendo informações sobre monumentos históricos da cidade de São Paulo, acessíveis pelos visitantes por um aplicativo gratuito para smartphone com interface para realidade aumentada. A mostra também promove rodas de conversa e projeções no campus, tematizando a pertinência e a atualidade de formas, simbolismos, significados e representatividade desses monumentos em meio à diversidade de nosso contexto sociocultural contemporâneo.

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[Monumento às Bandeiras (Victor Brecheret, 1953)]

A lista dos monumentos do projeto inclui: Obelisco e Largo da Memória (autoria de Vicente Gomes Pereira e Daniel Pedro Muller, José Washt Rodrigues e Victor Dubugras, 1814-1922); Casa do Grito (autoria desconhecida, ca. 1844); Monumento à Independência (Ettore Ximenes, 1922); Monumento a Carlos Gomes (Luiz Brizzolara, 1922); Monumento a Olavo Bilac (William Zadig, 1922); Fonte e Chafariz do Parque da Independência (Francisco Prestes Maia, 1922); Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo (Amadeo Zani, 1925); Fonte Monumental (Nicolina Vaz de Assis Pinto do Couto, 1927); Herma de Luiz Gama (Yolando Mallozzi, 1931); Monumento a Anhanguera (Luigi Brizzolara, 1935); Índio Caçador (João Batista Ferri, 1940); Depois do Banho (Victor Brecheret, 1941); Monumento às Bandeiras (Victor Brecheret, 1953); Padre Anchieta, Apóstolo do Brasil (Heitor Usai, 1954); Obelisco e Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932 (Galileo Emendabili, 1954); Aspiral do IV Centenário (Oscar Niemeyer, 1954); Monumento à Mãe Preta (Júlio Guerra, 1955); Monumento a Duque de Caxias (Victor Brecheret, 1960); Estátua de Borba Gato (Júlio Guerra, 1963); José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência (Alfredo Ceschiatti, 1972); Monumento a Ramos de Azevedo (Galileo Emendabili, 1974); e Monumento a Garcia Lorca (Flávio de Carvalho, 1979).

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[Monumento a Ramos de Azevedo (Galileo Emendabili, 1974)]

site do demonumenta [ http://blog.demonumenta.fau.usp.br/] é uma obra em construção, com farto material informativo, contendo textos de autoria dos colaboradores do projeto, maquetes virtuais, fotos e bibliografia.

O projeto “demonumentaRA”, feito em parceria com a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, e realizado com apoio do Proac, da Prefeitura do Campus da Capital e da Fundação Universidade de São Paulo, é um projeto de pesquisadores e estudantes da FAU USP, que problematiza monumentos públicos de São Paulo, a fim de ressignificar suas simbologias e representações. Sua plataforma foi desenvolvida por alunos e docentes da FAU-USP, em interlocução com outras instituições e centros de pesquisa, como o C4AI – Inova USP, o CITI – USP, o Museu Paulista da USP, o MIT Open Documentary Lab e o PISA e co-realização da Pró Reitoria de Cultura e Extensão da USP.

SERVIÇO:

Exposição: “demonumentaRA”, idealizada por Giselle Beiguelman
Abertura: 30 de setembro, segunda-feira às 18 horas
Período expositivo: de 30 de setembro a 19 de dezembro de 2022

Local: Praça do Relógio, Cidade Universitária, USP
Entrada gratuita

Siga nas redes: http://www.demonumenta.fau.usp.br / https://www.instagram.com/demonumenta_/

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Redação

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