O 15º Festival Latinidades será realizado de 22 a 24 de julho, no Museu Nacional de Brasília com o tema Mulheres Negras – todas as alternativas passam por nós. Nesta edição, serão 50 homenageadas, dentre as quais Epsy Campell (Costa Rica), Sueli Carneiro (SP), Kátia Tapety (PI), Mãe Beth de Oxum (PE), Valdecir Nascimento (SA), Mãe Dora de Oyá (DF), Nilcemar Nogueira (RJ) e Mãe Baiana (DF).
Desenvolvido pelo Instituto Afrolatinas, o festival volta, este ano, à forma presencial. O projeto parte do lugar das artes e da cultura para dialogar, disputar narrativas e fortalecer diferentes saberes de mulheres negras: na academia, na rua, na escola, no chão de fábrica, na comunicação, nos movimentos sociais, na gestão de políticas públicas, na diversidade infinita das nossas potências e possibilidades de produção de conhecimento.
Há 30 anos, comemora-se a 25 de julho o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. O Festival Latinidades, responsável por popularizar sua agenda no Brasil, vem sendo realizado desde 2008, há 15 anos, na mesma data. Nesse sentido, durante o festival serão gravadas entrevistas e materiais que darão origem a um documentário internacional, contribuição do projeto para a salvaguarda de patrimônios imateriais ligados ao assunto.
Ao longo desse tempo, o Latinidades reuniu 350 mil pessoas de forma direta, estendendo-se a 2,5 milhões indiretamente. “O Latinidades é um festival multilinguagens onde histórias, saberes e potências se conectam. Uma casa de mulheres negras. Um palco de todas as artes. Um espaço de encontro, encanto, celebração e cura. Uma vitrine viva das potências, legados e produções de mulheres negras. Um espaço de formação, diversão e afetividade, desde 2008”, relembra a sócio-fundadora Jaqueline Fernandes.
Antes da agenda oficial, acontecem três atividades “esquentas” na periferia do Distrito Federal. A primeira delas é voltada para os pequenos: sessão de música, pintura no rosto e contação de história na fundação educacional (dia 15 de julho) e da Casa Afrolatinas (dia 16), ambas no Varjão. O dia 22 de julho será a vez das meninas que moram na Cidade Estrutural. Com 14 a 15 anos, elas vão ter um dia de beleza e cuidados, uma feira de profissões para inspirar seus futuros e um bailinho de debutante.
Depois de dois anos de vivências e edições online, o Festival Latinidades 2022 ocupará toda a área interna e externa do Museu Nacional de Brasília. Por isso, com o intuito de fazer tudo correr tranquilamente, os painéis e oficinas vão precisar de inscrição antecipada, que pode ser feita gratuitamente, no site do festival Latinidades, a partir do dia 25 de junho.
No dia 22 de julho, às 10 horas, acontece a abertura da Galeria Rosas em vida: as vozes de nossas griôs, que homenageia 50 mulheres negras com trajetórias diferentes e que atuam a partir de várias regiões brasileiras e até mesmo de outros países da América Latina. Durante todos os dias, a galeria poderá ser visitada, entre 10 e 19 horas, no foyer do Museu.
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Neste mesmo horário, em parceria com a Mídia Ninja, tem início um painel sobre Mulheres negras e indígenas — todas as alternativas passam por nós! Para este painel está confirmada a presença da Dra. Epsy Campell Barr, ativista política e dos direitos humanos, economista e Ex-Vice-Presidente da Costa Rica (2018-2022).
E às 14 horas, com apresentação de Maria Paula Andrade, Dona Gracinha da Sanfona faz um pocket show na presença de algumas das homenageadas, como Sueli Carneiro, Cida Bento, Nilza Iraci,Nilcemar Nogueira e Mãe Dora.
No anexo II, às 14 horas, acontece a Oficina de Estamparia e Customização de moda Plus Size. Coordenada pela multiartista Lu Big Queen.
Mais três debates encerram a programação interna do primeiro dia do Festival. O painel A política cultural como território de disputa de utopias e de futuros inclusivos, às 16 horas, no auditório I, tem a presença de Renata Dias (diretora da Fundação Cultural da Bahia – Funceb), Viviane Ferreira (presidente SPCine), Aline Torres (secretária municipal de Cultura de São Paulo), e Nilcemar Nogueira (sambista, gestora e ex-secretária de Cultura do Rio de Janeiro). Encerra a tarde, às 17 horas, a palestra Mulheres Negras: Projetos de Mundo, no auditório II com Nathalia Grilo (Imaginação Radical Negra), Aline Odara (Fundo Agbara), Yná Kabe Rodríguez (Escola de Indisciplina do Brasil), Bárbara Carine (Escola Maria Felipa) e Kananda Eller (Deusa Cientista e divulgadora científica no TikTok), mediação de Dani Sanchez – ativista, candomblecista, assessora parlamentar.
A partir das 19 horas, na área externa do Museu Nacional de Brasília, as apresentadoras Giovanna Heliodoro e Bielo Pereira comandam a primeira noite musical com as cantoras: Medro — Música Travesti Brasileira, Cristal (RS), Taliz (DF), Drik Barbosa (SP), Bixarte (PB), MC Carol (RJ), Deise Tigrona (RJ).Quem encerra a noite, à 1 hora, é a DJ Lumena Aleluia (SA). Para os shows gratuitos, é preciso retirar com antecedência o ingresso no Sympla e doação opcional de um quilo de alimento.
O segundo dia de festival começa às 14 horas, no auditório II com o painel Produtoras negras movem o mundo que terá como convidadas Ana Paula Paulino, Ísis Vergílio, Val Benvindo, Carol Amaral e Vanessa Kanga para debater os desafios de atuar na cadeia produtiva da cultura e as respostas necessárias às formas que esse setor vem, sistematicamente, reproduzindo com violências baseadas em gênero e raça.
A pernambucana, deputada e educadora Érica Malunguinho é participante do painel seguinte, sobre O papel das narrativas negras na construção e desconstrução de estruturas e visões de mundo, às 16 horas no auditório I, juntamente com Judith Rodriguez e Alexandra Natali Leon, com mediação de Juliana Nunes. Ao mesmo tempo, no segundo auditório, as Jovens Negras Feministas debatem sobre Estratégias de autocuidado para o Bem Viver Coletivo – energias na ponta dos dedos. O encontro também pretende discutir o tema Amefricanidades e as alianças antirracistas com mulheres indígenas.
Às 16 horas, na área externa do Museu, as escritoras Cristiane Sobral e Nanda Fer Pimenta são celebradas no Julho das Pretas que Escrevem, no Espaço Literário Maria Firmina dos Reis. O Espaço recebe o nome da escritora, considerada a primeira romancista brasileira, cuja obra ficou desconhecida por décadas e cujo bicentenário ocorreu em março deste ano.
Novidade entre as atrações desta 15ª edição, o Espaço Bem Viver fica aberto entre 14 e 18 horas, para se dedicar aos cuidados e autocuidados entre ativistas e produtoras negras e tem a parceria do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA).
Outro ambiente inédito, a Feira Gastronômica – Cozinha Afrolatinas será um espaço dedicado à culinária africana e afrolatina, com iguarias afro-brasileiras e pratos típicos de outros países. Entre 16 e 22 horas, a chef Aline Chermoula, pesquisadora da Cozinha Ancestral Afrodiaspórica pelas Américas e colunista da Vogue Brasil, ministra oficinas e oferece degustações relâmpagos de pratos típicos.
Pela primeira vez no Festival, o Espaço Geek vai oferecer máquinas de fliperama para jogar gratuitamente e rodas de conversa sobre cultura pop. A primeira roda de conversa será às 17 horas, com o influenciador digital Load Comics sobre o tema Nerd da Quebrada para o mundo. A partir das 18 horas serão liberadas máquinas de fliperama para o público.
“Embora a identidade geek esteja diretamente relacionada ao modo de consumo, os discursos convencionais predominam na elaboração de campanhas publicitárias e conteúdos na internet, assim, a população negra — a que mais consome — tem sido a menos representada, assim como é a menos considerada público-alvo”, comenta Preta Nerd, curadora do espaço.
O DBN (Desfile Beleza Negra) finaliza as atividades internas, às 19 horas, com a apresentação das marcas: África Plus Size, Afrolatinas, Rosilda Noivas, Moda Side A&B e JM Ternos.
Para encerrar o segundo dia, o palco na área externa do Museu Nacional recebe as artistas Nduduzu Siba (África do Sul), Veeby (Camarões), Malika Tirolien (Guadalupe), Nara Couto (Salvador) e Tássia Reis (São Paulo). Quem abre a noite, às 20 horas, é o Preta Jam, espetáculo especialmente montado para o festival com as instrumentistas e poetas Luta Cruz (Chile), Letícia Fialho (DF), Larissa Umaytá (DF), Ana Bea (DF), Talita Felício (BA), Tatiana Nascimento (DF) e Priscila Obaci (SP). Assim, como nos outros dias, DJ Donna é residente e apresenta seu set entre os shows.
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E para concluir a edição 2022 do Festival Latinidades, a programação do dia 24 de julho será repleta de debates, painéis e mais shows na área externa do Museu Nacional. Às 10 horas, o Fundo de População das Nações Unidas do Brasil (Unfpa), apresenta três publicações durante a mesa Unfpa Brasil: Povos de Terreiro + apresentação das publicações.
No começo da tarde, às 14 horas, os convidados Puro Roxo, Kayodê da Silva Silvério e Fábio Félix debatem sobre Masculinidades Negras, com a mediação de Sueide Kintê.
O livro Festival Latinidades: Memórias e utopias de mulheres negras será um dos lançamentos previstos para o Espaço Literário Maria Firmina dos Reis, além de outros seis títulos como Mulheres que gingam da Renata Lima e O Afrofunk e a ciência do rebolado, de Taisa Machado, no Espaço literário Maria Firmina dos Reis, às 16 horas.
No Espaço Geek, às 17 horas, acontece a Roda de Conversa: O que a cultura pop significa pra você?. Com a mediação da Preta Nerds, estarão no debate a apresentadora e comentarista e-Sports Maah Lopez, o influenciador digital L0ad Comics e a cosplayer Pati Maionese.
E a programação do palco externo acende suas luzes no último dia de festival, a partir das 19 horas, com Dona Onete, Lia de Itamaracá e a Orquestra Funmilayo com a participação de Luedjy Luna com show dedicado à Elza Soares. Às 22 horas, a apresentadora Ana Luiza BellaCosta convida ao palco a cantora Juçara Marçal.
Acessibilidade no Festival Latinidades
Em todos os dias de programação no Festival Latinidades, a Central de Atendimento PCD, em parceria com o projeto Laboratório dos Saberes e Fazeres Técnicos da Economia Criativa (LABFAZ ), estará localizada ao lado da entrada de shows. O Festival Latinidades amplia as ações de acessibilidade, com a criação desse posto para receber as pessoas com deficiência, e fornecer divulgação acessível, comunicação assistiva, além de capacitação e contratação de pessoas com deficiência para atuação em áreas do festival. Isso será feito por meio de cursos técnicos e inclusão sócio-produtiva de trabalhadores capacitados para atuar em novos projetos. O LABFAZ também vai tratar da questão da segurança no trabalho e oferecer curso de primeiros socorros para empresas e fornecedores que atenderão o festival. O projeto LABFAZ é uma realização do Instituto Transforma, com apoio da Associação Backstage Brasília.
A programação completa pode ser acessada por este link aqui
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