Fruto de três anos de estudo e trabalho com pesquisadores, jornalistas e estudantes, o livro “Manual de Redação: o jornalismo antirracista a partir da experiência da Alma Preta” é visto como um marco para a agência e uma contribuição para a discussão sobre o jornalismo brasileiro. O texto resgata a história de quase dois séculos de imprensa negra no Brasil e foi lançado em São Paulo no último 9 de agosto.
“A Alma Preta assumiu um compromisso, de muitas mãos, de construir um manual de redação de uma agência de mídia negra. Foi um processo longo, de mais de três anos, de escuta de muitos profissionais, de leitura de muitos cadernos da imprensa negra do século 19 e 20”, aponta o editor-chefe da Alma Preta, um dos idealizadores do manual.
Borges salienta a consultoria permanente durante a pesquisa do manual com a historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto, que além de presidir o Arquivo Nacional é professora da UnB; e com o jornalista Juarez Xavier, professor e vice-diretor da Faculdade de Artes, Arquitetura e Comunicação (FAAC) da UNESP.
“Eles foram fundamentais para o grupo apresentar para a sociedade um material denso, que permite uma reflexão sobre critérios de noticiabilidade, cuidados para a cobertura e termos adequados a serem utilizados — tudo a partir de uma perspectiva antirracista e libertadora”, ressalta Borges.
A jornalista Fernanda Rosário, que fez parte do grupo que escreveu o manual, aponta que o levantamento histórico feito pelo texto resgata a “negritude pioneira do passado” e informa o atual momento de discussão da área.
“Além dessa consciência histórica que inspira o presente e os caminhos futuros, o manual se torna indispensável ao sistematizar e sugerir estratégias importantes de combate ao racismo no Jornalismo em tempos de hiperinformação”, conclui.
Ainda não há data para o início da venda do manual, que deve começar em breve.
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