Rede de Afroturismo apresenta mapeamento do setor

Encontro virtual reúne profissionais de turismo, debate tendências e apresenta mapeamento de empreendedores do afroturismo 

Empresas, entidades e profissionais ligados ao afroturismo reuniram-se na última sexta-feira (8) em um encontro virtual para lançar o mapeamento que pretende monitorar o setor para potencializar suas ações, gerar oportunidades e políticas públicas. Além do mapeamento o setor discutiu a nova realidade para o turismo, diante das mudanças provocadas pela pandemia do novo coronavírus.

Os novos hábitos do consumidor foram o mote do Boletim  de tendências sobre Afroturismo no Brasil realizado pelo Sebrae que lança um olhar estratégico para o setor, ressaltando seus atributos e sua enorme potência para ser um ativo importante e lucrativo para o turismo brasileiro. O conteúdo aborda “a cultura afro como uma das bases das tradições brasileiras que está presente na maioria dos atrativos e destinos turísticos do país, como igrejas construídas pelas pessoas escravizadas, museus, centros culturais, e ainda, como as agências de turismo podem aproveitar uma série de atividades que podem ser programadas em roteiros de afroturismo”.

Segundo Mara Godoy, gestora do Programa Sebrae Inteligência Setorial, “a importância dessa vertente do turismo é justamente trazer diversificação para os negócios”, defendeu Mara. Já Margareth Carvalho, coordenadora de Turismo do Sebrae Rio, lembrou que destinos como a capital fluminense se vende da mesma forma há muito tempo e que o turismo de experiência é uma das possibilidades inovação. “O consumidor não quer só contemplar. Ele quer viver uma experiência única, memorável. E o afroturismo propicia uma vivência que é nossa”, afirma.

Por conta do novo momento provocado pelo coronavírus, a coordenadora de turismo do Sebrae-RJ diz que ao escolher os destinos, os consumidores vão levar em conta também questões de segurança e limpeza. Nesse sentido, Marcela Saad, fundadora do Lab Turismo fez um panorama das mudanças de comportamento. Além da higiene, ela acredita que deverá haver controle do número de visitantes e mais atrativos ao ar livre. “As empresas vão precisar facilitar processos e fazer check-in online e não serão bem aceitas mesas grandes de café da manhã”, exemplifica.

Isso significa que a jornada do turista dentro dos estabelecimentos precisará ser repensada. “Será importante agregar atividades ligadas ao bem-estar como meditação, pôr-do-sol com música e atividades para toda família”, afirma. A indicação dos destinos será ainda mais importante por quem foi. “Vai ter mais valor e será importante também transmitir confiança do que é seguro consumir”, diz. Já a hiperconexão gerada pelo isolamento social é positiva, segundo ela, uma vez que “gera oportunidades e possibilidade de consumo de mais conteúdo e de aumentar o engajamento”.

Ana Carla Moura, coordenadora geral de Mapeamento e Gestão Territorial do Turismo, afirmou que o órgão se prepara para nova realidade que vai perdurar por alguns meses. “Estamos em fase de reestruturação do MTur que se junta à cultura e ainda não temos um protocolo de novas diretrizes para o turismo, mas isso deve ocorrer nas próximas semanas”, afirmou. Já Marcela Saad lembrou que Foz do Iguaçu fez um termo de compromisso para a reabertura das atividades garantindo maior proteção para os visitantes que deverá ser assinada por todas as empresas que prestam serviço na área.

Para Ernesto Ribeiro, da CriaRumo, responsável pela construção do plano de turismo étnico de Salvador, contou que a experiência ouviu mais de 500 pessoas que trabalham no setor. Ele destacou que neste momento estão abertos editais para contratação de empresa que faça a gestão da plataforma que vai reunir todos os negócios do turismo étnico-afro e para fazer a capacitação do setor. “A prefeitura está realizando essas etapas que são importante e acreditamos que esses processos são importantes. A capacitação, por exemplo, pode garantir o aumento da renda de quem trabalha na área”, afirma.

O evento contou com abertura de Solange Barbosa, criadora da Rota da Liberdade, mediação de Luciana Paulino, fundadora da Black Bird Viagem e encerramento de Carlos Humberto da Silva Filho, sócio-fundador da Diaspora.Black. A rede de Afroturismo é composta por empresas como Bernatur, Black Bird Viagem, Diaspora.Black, Rota da Liberdade, blog Deusa Rodrigues, C Linhares, Jocsil, Ceabra e Washington Grimas e lançou formulário para inscrição de novos integrantes.

Saiba mais sobre o mapeamento neste link.

Caso atue no setor participe do mapeamento e responda o questionário aqui.

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Redação

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