No último final de semana, Salvador foi palco do seminário “Azoany e o Futuro Sustentável: Conectando Tradições Afrodescendentes com a Agenda Global”. O evento, pioneiro em seu formato, reuniu líderes, ativistas, acadêmicos e representantes de comunidades tradicionais para discutir temas essenciais relacionados à sustentabilidade, igualdade racial e o papel das culturas afrodescendentes na preservação ambiental.
O seminário contou com uma programação rica e diversificada. Os painéis temáticos abordaram tópicos como a resiliência das comunidades tradicionais frente às mudanças climáticas, a importância do afroturismo e a inclusão social através do empoderamento das mulheres negras. Além disso, o evento proporcionou momentos de troca de saberes e reflexões sobre como as tradições afrodescendentes podem contribuir para a construção de um futuro mais verde e igualitário.
Um dos destaques do evento foi a saudação especial realizada pelo grupo cultural Filhos de Gandhy, que abriu o seminário com uma apresentação simbólica, celebrando a união entre tradição e sustentabilidade. Ao longo do dia, houve destaque para a necessidade de políticas públicas que promovam a preservação ambiental e o fortalecimento das comunidades afrodescendentes.
Sustentabilidade
Durante o painel “Tradições Afrodescendentes e Sustentabilidade”, foi abordada a conexão entre as práticas culturais afro-brasileiras e a proteção do meio ambiente. Segundo os palestrantes, “os povos de matriz africana sempre tiveram uma relação de cuidado com a natureza, entendendo-a como parte essencial do equilíbrio espiritual e comunitário”. Além disso, o afroturismo foi ressaltado como ferramenta para o desenvolvimento sustentável e valorização das comunidades.
O seminário também abriu espaço para uma mesa-redonda com representantes de ONGs e movimentos sociais. O debate discutiu estratégias de colaboração para o fortalecimento das políticas de igualdade racial e preservação cultural.
O encerramento ficou a cargo de uma performance cultural que trouxe ao evento a força e a representatividade da cultura afro-brasileira através da música e percussão.
Organizado pela Associação Comunitária Alzira do Conforto, com o apoio da Odu Imersão Cultural, da Rede Emunde, da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e do Ministério da Igualdade Racial, o seminário foi um marco para a promoção do diálogo sobre sustentabilidade e tradições afrodescendentes.
Ao final, os participantes ressaltaram a importância da continuidade desse tipo de evento, que não só fortalece as comunidades negras, mas também amplia a reflexão sobre o papel dessas culturas na construção de um futuro mais inclusivo e sustentável.