Estudo revela que profissionais negros têm poder de gasto, mas enfrentam desafios ao fazer reservas
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Os viajantes negros dos EUA gastaram US$ 109,4 bilhões em viagens de lazer em 2019, o ano antes da pandemia da Covid-19. Esse gasto foi gerado por 458,2 milhões de estadias de viajantes negros nos EUA, o que representa 13,1% do mercado de viagens de lazer dos EUA. Os dados fazem parte do relatório The Black Traveler: Insights, Opportunities & Priorities, estudo criado pelo MMGY Travel Intelligence.
O relatório mostrou que em 2019 viajantes negros fizeram uma média de 3 viagens de lazer de mais de um dia e passaram cerca de 13 noites em acomodações pagas. Os grupos de viagens negros dos EUA gastaram em média US$ 600 em cada pernoite de lazer, com uma estadia média de 2,5 noites para cada viagem.
O estudo compila os resultados de 2019 da Shifflet Travel Performance/ MonitorTM da MMGY Global, que pesquisou 4.800 viajantes negros a lazer nos Estados Unidos. “Desconfiávamos que a quantia que os viajantes negros norte-americanos gastam em viagens de lazer foi subestimada. Portanto, é ótimo obter a confirmação por meio desses relatórios como parte do estudo The Black Traveler”, afirmou a presidente da Black Travel Alliance, Martinique Lewis. “Essas descobertas do mercado dos EUA, bem como dados adicionais do relatório internacional se tornará nosso cartão de visita para organizações de gerenciamento de destinos e marcas de viagens, enquanto trabalhamos para aumentar a representação negra em todos os níveis da indústria de viagens”, completou.
A pesquisa com profissionais negros que fazem viagens corporativas, reuniões ou eventos mostrou números igualmente significativos, reforçando o valor dos negros em todas as facetas das viagens. Os profissionais de reuniões do National Coalition of Black Meeting Professionals (NCBMP) planejam uma média de 7,5 reuniões por ano e normalmente gastam uma média de mais de US$ 900 mil por ano nesses encontros. O gasto médio por reunião é de US$ 120 mil, com 57% dos organizadores indicando que normalmente planejam eventos externos para os participantes – traduzindo-se em um impacto econômico positivo adicional para as comunidades locais.
Mesmo com gasto alto, os profissionais negros que viajam para negócios continuam a encontrar dificuldades ao organizar eventos para grupos negros. Deles, 84% planejadores de reuniões indicam que alguns destinos são mais acolhedores em reuniões com uma maioria de participantes negros do que outros, e 42% dizem que seus participantes se sentiram indesejados em um destino no qual já participaram de uma reunião no passado.
Dessa forma, não é surpreendente que o boca a boca tenha sido indicado como a principal fonte de informação ao se considerar os destinos dos hosts. Os profissionais corporativos também confiaram no compromisso transparente de um destino com a diversidade, com 77% procurando representação nos materiais de marketing do destino como um indicador-chave de receptividade e 80% analisando a composição racial diversa do destino.
“É vital para os executivos da indústria de viagens compreender melhor as necessidades, comportamentos e preocupações das comunidades de viajantes pouco representadas. As descobertas do relatório devem ser uma chamada à ação para os profissionais de viagens e são um passo importante para enfatizar o valor dos viajantes negros e identificar soluções para melhor atender esse importante público de viagens”, disse o presidente da MMGY Global, Clayton Reid.
A fase I do relatório The Black Traveler: Insights, Opportunities & Priorities está disponível para compra em www.mmgyglobal.com/the-black-traveler-insights-opportunities-priorities. A MMGY, que organizou o estudo, representa organizações de defesa do viajante negro para identificar as necessidades, comportamentos e sentimentos da comunidade negra de viagens.
*Matéria da MMGY Travel Intelligence (confira o original em inglês aqui)
PS: Caso for reproduzir os dados do estudo cite o Guia Negro como fonte de onde encontrou os números ; D
Conheça mais das organizações norte-americanas ligadas a presença de pessoas negras no setor de turismo:
MMGY Global
MMGY Global é uma empresa de marketing global integrado, especializada nas indústrias de viagens, hospitalidade e entretenimento. Com oito marcas, a organização mantém uma prática de comunicação global em todos os canais de marketing, atendendo as principais marcas de viagens e turismo. Como uma empresa dedicada à indústria global de viagens, a MMGY Global se esforça para criar um mundo conectado, inclusivo e pacífico, promovendo as viagens como uma ponte cultural de compreensão. https://www.mmgyglobal.com
Black Travel Alliance
É um novo grupo de criadores de conteúdo de viagens para negros de todo o mundo. Os três pilares da comunidade são aliança, amplificação e responsabilidade. Como autores de viagens, blogueiros, locutores, jornalistas, fotógrafos, podcasters, influenciadores de mídia social e vloggers, se uniram para ampliar. Também fornecem treinamento e suporte comercial aos membros, além de responsabilizar destinos e marcas de viagens em relação a diversidade no marketing de viagens e na narração de histórias. www.blacktravelalliance.com
National Coalition of Black Meeting Professionals
A National Coalition of Black Meeting Professionals (NCBMP), fundada em 1983, é uma organização sem fins lucrativos dedicada às necessidades de treinamento de profissionais de hospitalidade negros e daqueles que apoiam reuniões e eventos negros. O NCBMP defende a igualdade e ajuda os membros a maximizar o retorno sobre o investimento.
Associação Nacional de Proprietários, Operadores e Desenvolvedores Negros de Hotel
NABHOOD é uma organização que visa aumentar o número de afro-americanos desenvolvendo, administrando, operando e possuindo hotéis e expandindo as oportunidades de fornecedores e empregos de nível executivo para as minorias, criando riqueza na comunidade afro-americana. A chave para isso é a Cúpula e Feira Anual Internacional de Propriedade e Investimento de Hotéis Afro-Americanos. Este encontro de quatro dias foi planejado para educar os participantes sobre como se tornarem proprietários ou investidores de um hotel; compartilhar tendências de investimento minoritário; explorar oportunidades de fornecedores; descobrir como comercializar para minorias; e identificar e abordar questões de diversidade que afetam a indústria.
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