Você já se reuniu com seus amigos pretos para viajar? Muitos de nós somos espécies de unicórnios, figuras únicas que deram certo a partir de realidades duras e construíram novas narrativas para além do que era esperado. Fizemos nossas carreiras em ambientes brancos e formamos nossos pares nesse contexto. Há uma busca, no entanto, por nos reconectarmos com os nossos. Temos nos aquilombado. Saímos para o samba, para o Aparelha Luzia, fazemos partes de grupos. Mas você já reuniu seus amigos pretos para viajar por um lugar de cultura negra?
É libertador. Há reconexão. É falar de dores, é rir, dançar, trocar receitas de cabelo, de músicas, contar das histórias por trás das figuras em destaque. Apesar de viajante e de tratar o tema há pelo menos dois anos, só tive minha primeira experiência em outubro de 2019 por um convite da Descubra África do Sul para viajar ao país com outras quatro pessoas negras. Foi único e transformador.
Quando sentávamos o tema racismo já aparecia na mesa, mas também havia conexões com as pessoas locais por nos identificarmos, troca de olhares e de elogios, danças até o chão e ajuda mútua quando necessário. As histórias desse povo são muito parecidas com a nossa. É a nossa história, mesmo sem que tenhamos vivido exatamente as mesmas coisas. É a mesma gente. Ter amigos que sintam, entendam e vivam o mesmo é único. Todos nós precisamos fazer conexões como essas. Viaja preta, viaja preto. Por mais viagens de pretos juntos!
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