Cinco mudanças no comportamento do consumidor de afroturismo pós-Coronavírus

Beatriz Souza*

Começo esse artigo em um momento cheio de incertezas em relação a quando vamos retomar a dita “vida normal” e quanto ao futuro do mercado de afroturismo.  A Organização Mundial de Turismo (OMT) espera uma retração entre 20% a 30% nas viagens e uma perda de US$ 300 a US$ 450 bilhões nos gastos dos viajantes internacionais neste ano.  Além disso, temos certeza de duas coisas: uma é que devemos seguir à risca as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de ficar em casa para evitar o espalhamento da Covid-19; e a segunda é que a vontade de viajar do consumidor permanece. Alguns comportamentos, no entanto, podem se transformar e vamos listar o que acreditamos serem as primeiras mudanças:

1 – Os destinos nacionais terão maior destaque com a retomada da circulação após o pico da crise atual. Acreditamos que viagens de curta distância serão as preferidas, tanto pela facilidade de voltar para a própria casa no mesmo dia, assim como o preço mais acessível. O consumidor tende a se sentir mais seguro viajando dentro do  próprio país e cidade, o que elevará a procura por estes destinos.

2 – Grandes eventos irão gerar certa desconfiança no consumidor em um primeiro momento e sua retomada deverá ser mais lenta do que a de outras propostas de lazer e entretenimento. O sentimento de receio e preocupação tende a permanecer nos viajantes que irão evitar momentaneamente tais eventos com grande aglomeração até que uma seguridade maior seja percebida.

3 – Hotéis e hospedagens privadas terão prioridade em comparação a hosteis e sistemas de compartilhamento de quartos. A exigência pela segurança sanitária do local escolhido para repousar será maior do que a vista anteriormente, o que levará o consumidor a escolher um local onde possa usar banheiros e utensílios de maneira privada e não compartilhada. 

4 – O viajante irá preferir pequenos grupos de viagem em comparação a grandes excursões. Vans privadas de no máximo 15 pessoas terão destaque em comparação a grandes ônibus, onde há contato com mais de 40 pessoas por horas. Haverá uma exigência maior quanto a segurança sanitária do viajante e do próprio roteiro, tornando o álcool em gel um brinde obrigatório para quem vai viajar.

5- Viagens maiores e mais ousadas serão deixadas para 2021 e acompanharão o decorrer da pandemia pelo mundo. Destinos como Paris, Joanesburgo entre outros continuam na lista de desejos do viajante porém ficarão guardados na gaveta para quando a situação de ir e vir globalmente estiver mais estabilizada e segura. 

*criadora da Brafrika Viagens

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Redação

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