O maior parque urbano de dunas, lagoas e restinga do Brasil está em Salvador. O Parque das Dunas é uma área de preservação ambiental com 6 milhões de metros quadrados, que abriga uma diversidade de fauna e flora representativas do ecossistema, sendo o último manancial urbano com essa característica. Para que a população e os turistas entendam sua importância, o espaço recebe visitação com trilhas interpretativas de caráter socioambiental e educativo.
As dunas de areia branca, nos anos 40, estendiam-se por outros bairros como Amaralina, STIEP, Costa Azul e Pituba. O espaço, que fica localizado ao lado do Aeroporto de Salvador, é administrado e protegido pela UNIDUNAS (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), e foi declarado como área de interesse público em 2008. Já em 2014, recebeu o título de reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Porém, desde 1993 que as pesquisas para a delimitação do Parque foram iniciadas por Jorge Santana, educador ambiental e fundador do espaço, pois havia grandes riscos de privatização da área, especulada para a criação de 250 casas. Desde então, Jorge mobiliza escolas, faculdades e a sociedade civil para realizar as trilhas, desconhecidas por muitas pessoas.
Mais do que um grande areal
Os benefícios do lugar são inúmeros para a cidade. O que muitos consideram como “um monte de areia branca”, possui a função de regulação climática. Em temperaturas altas, a areia consegue reter o calor, ajudando a nivelar o aquecimento e amenizando o clima de uma Salvador cada vez mais quente. É considerado também o pulmão de filtro de salinidade da cidade, propiciando um menor desgaste em construções e eletrodomésticos.
Em determinados pontos da trilha, a mata propicia um ar-condicionado natural e o visitante é convidado a se sentar em silêncio por alguns instantes, buscando uma conexão com o espaço da natureza, ação rara num cotidiano marcado pela correria e pelos ruídos urbanos. É interessante observar a vegetação de juncos, que chegam a 4 metros de profundidade, e o aglomerado de lagartas em algumas árvores.
Além de preservação de espécies de flora (como a canela de ema e a vanilla bahiana, única orquídea comestível cuja semente custa aproximadamente R$7 mil), a fauna também se mantém assegurada. Já foram catalogadas cerca de 180 espécies de animais, e entre eles se destaca o calango do abaeté, considerado em extinção e representado como o símbolo do Parque. Costuma ser visto entre o período de 10h às 14h, no espaço que também abriga espécies de sucuri, jacaré do papo amarelo, aranha caranguejeira, coruja e outros.
Como agendar
O Parque possui cinco tipos de trilhas interpretativas para diversas idades e condições físicas dos participantes, todas com auxílio de guia: azul (1,5km), verde (2,5km), amarela (5km), vermelha (8km) e roxa (12km). A trilha amarela custa R$20, verba destinada à manutenção do parque, que não possui recursos públicos. Os agendamentos podem ser feitos pelo Instagram, site oficial ou WhatsApp: 71 98888-0188.
Endereço: Av. José Augusto Tourinho Dantas, nº. 1001,
Praia do Flamengo
Salvador – Bahia – Brasil
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