Cambará – Instituto de Fomento à Arquitetura Afro-nasce e lança residência artística

Cambará – Instituto de Fomento à Arquitetura Afro-Brasileira nasce lançando residência artística e técnica para arquitetas negras que será realizada na escola Cerbambu, em Ravena (MG). A iniciativa propõe a imersão de nove mulheres negras em uma experiência formativa ancorada na experimentação com o bambu enquanto material construtivo, mas também simbólico, social e ligado a saberes tradicionais de sustentabilidade e coletividade.

A residência propõe um reencontro entre práticas arquitetônicas e os saberes enraizados no corpo, na terra e nas formas coletivas de construção. “A tríade terra-corpo-estrutura segue sendo a essência que sustenta o projeto: a terra como território e matéria ancestral, o corpo como espaço de memória e ação, e a estrutura como gesto compartilhado e coletivo”, afirma o coletivo, em nota.

A residência aposta no vazio como pausa radical: uma fresta de tempo onde não se exige resposta imediata, produtividade normativa ou adequação ao mercado. “É nesse intervalo que se inscreve a potência: a possibilidade de repensar o lugar da mulher negra na arquitetura, de experimentar sem medo o erro, e de construir outros futuros sem os limites impostos pelas violências de raça, gênero e classe. Ao criar um espaço que acolhe o silêncio, a dúvida e o desejo por novas formas de pensar e produzir, a residência propõe uma arquitetura que nasce da escuta profunda — do território, do corpo e das memórias compartilhadas; e os saberes enraizados no corpo, na terra e nas formas coletivas de construção”.

Durante sete dias, as participantes serão convidadas a investigar, projetar e construir coletivamente uma plataforma-mobiliário, que funcionará como palco para os debates, apresentações e vivências propostas pelo Instituto para a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Este dispositivo não é apenas um objeto, mas um lugar de encontro, manifestação e proposição. Trata-se de afirmar a potência das epistemologias negras, do trabalho manual, do tempo coletivo e do espaço como elemento vivo de articulação política e estética.

A residência parte do desejo de fortalecer redes entre arquitetas negras e abrir espaços de produção onde o conhecimento se dá pela escuta, pela troca e pelo corpo em movimento. O edital lançado no dia 8 de junho está com inscrições abertas até 22 de junho.

Divulgação dos resultados: 4/07/2025

Período da residência na Cerbambu (Ravena | MG): De 13 à 19 de julho

Acesse o edital: Edital Cambará Instituto n° 01-2025 – Oco Residência 

Acesse o formulário de inscrição: https://forms.gle/Gsc215rPNXsQzNea9

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Redação

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