Cinco restaurantes africanos para ir em São Paulo

A quantos restaurantes africanos você já foi? São Paulo é uma cidade gastronômica. Todo mundo já experimentou comida japonesa, italiana, árabe. Mas porque você nunca foi a um restaurante africano? A migração do continente aumentou desde 2010 quando passaram a chegar com mais frequência angolanos, senegaleses, congoleses, nigerianos, entre outros. Há uma concentração na região da República, mas não é só por lá que você encontra lugares para conhecer a comida do nosso continente mãe. O Guia Negro preparou uma lista com cinco restaurantes africanos para você conhecer. Confira:

1 – Biyouz

@biyouz_restaurante_afro existe há mais de dez anos na República, no centro da capital paulista. A chef Melanito Biyouha é camaronesa, mas serve comida de outros países africanos também. Peixe e banana da terra frita compõem vários pratos, assim como o fufu, um bolinho de farinha de arroz, que é a base da comida africana e tem função parecida com a do arroz no Brasil. Há opções vegetarianas e com carne de vaca e de frango também. Os meus preferidos são o DG e o Malang e o da Melanito é o Ndole, que traz uma pasta de folha de boldo do Chile.

Para beber tem suco de baobá com melancia. Na parede, máscaras africanas e fotos da chef com celebridades, como a seleção de Camarões pra quem ela cozinhou na Copa. O restaurante tem duas unidades, a primeira na Rua Barão de Limeira, 19, República, e a segunda na Rua Fernando de Albuquerque, 95, Consolação, ambos em São Paulo. Os pratos variam de R$ 30 a R$ 60 e são individuais. O Biyouz abre todos os dias, das 12h às 22h.

2 – Congolinária

Comida do Congo e vegana preparada pelo chef Pitchou Luambo. Na escada que dá acesso ao restaurante, você já vê as artes do artista plástico congolês Shambuyi Wetu (@shambuyiwetu ) e desenhos que remetem à África. Na TV, clipes de cantores do continente e uma viagem musical.

A comida é deliciosa e mesmo que você seja fã de carne, como eu, terá uma experiência inesquecível. Comi nhoque de shimeji e amei. Mas fiquei bem a fim de experimentar a moqueca de banana da terra. O chef Pitchou é extrovertido e simpático. Ele faz vídeos para as redes sociais e eventos para unir as diferentes culturas resistentes na capital paulista. O restaurante @congolinaria fica no andar de cima do Fatiado Discos, na Av. Afonso Bovero, 382. Os pratos custam cerca de R$ 35 e dá para ir caminhando do metrô Vila Madalena. O restaurante abre de terça a sábado, das 12h às 15h e das 19h às 22h e no domingo das 12 às 15h.

3 – Mama Africa La Bonne Bouffe

Comida camaronesa no Tatuapé, na zona leste de São Paulo, com atendimento personalizado pelo chef Sam. Ele é quem prepara a comida e faz questão de atender aos clientes sempre que pode. Sorridente e carismático, Sam explica o que é cada prato. A decoração conta com toalhas de chita, máscaras africanas e garrafas produzidas que remetem a África, que também são comercializadas. Fui com Cinthia Gomes e Heitor Salatiel e ele nos serviu peixe frito, com banana da terra e cuscuz, além de sugerir suco de hibisco com limão. Há também suco de gengibre, vinhos vindos do continente africano, drinks preparados na casa, além de cerveja. Entre os pratos, há cordeiro, opções vegetarianas e com diferentes carnes com ingredientes que incluem “boldo do chile”, semente de abóbora, egussi, ogbono, injera arroz vermelho, amendoim integral. Vale e muito a experiência. Os pratos custam a partir de R$ 35. Abre de terça-feira a sexta, das 12h às 22h. No sábado fica aberto das 12h às 22h30 e no domingo das 12h às 16h. Fica na Rua Cantagalo, 230, no Tatuapé, São Paulo. Mais informações em: www.mamaafricalabonnebouffe.com.br

4 – Afro Tabanka

Mais simples do que os anteriores, mas não menos saboroso, o restaurante serve comida de Guiné Bissau. Entre os pratos o peixe frito e iguarias que podem ser comidas com a mão. Entre os pratos típicos estão: chupa candjo (quiabo com carne, óleo de dendê e jiló), além de do thieboudienne (arroz com peixe, que é considerado o prato nacional do Senegal).

O local é mais frequentado por migrantes africanos e por lá é possível ouvir francês e outras línguas do continente africano. Os pratos têm preço fixo e custam a partir de R$ 20. De segunda a sábado das 11h às 22h.  Rua Aurora, 1012 – Campos Elíseos

5 – Le Petit Village

Bar e restaurante. Mais do que um lugar para comer o Le Petit Village é um dos principais pontos de encontro para diversão dos migrantes africanos que vivem em São Paulo. Nas noites de sexta e sábado, é lá que eles se reúnem para dançar em um ambiente acalorado, iluminado por uma luz azul, acompanhados de peixes inteiros (tilápias assadas), com molhos condimentados e banana da terra. Também são servidos os Boulettes de Vlande (almôndegas de carne temperadas com cheiro verde, pimentão e pimenta). Há concentração de homens fumando e bebendo. O gerente do Le Petit Village, Iyannick Iríné, veio do Senegal e conta foi difícil aprender o português, mas diz gostar do Brasil.  Por lá, no entanto, é possível ouvir diferentes línguas do continente.

A decoração traz desenhos de mulheres negras e há mesas na calçada, para quem busca um ar mais descontraído. Os pratos custam a partir de R$ 20. Há cervejas, drinks e sucos. Nas noites de sexta, o bar fica aberto até às 5h. De segunda a sábado fica das 12h às 23h. Fica na Rua Marquês de Itu, 252 – Vila Buarque.

Acompanhe-nos no Instagram.

Curte o Guia Negro? FAÇA SUA CONTRIBUIÇÃO AQUI para continuarmos produzindo conteúdo independente!

LEIA MAIS:

República vira pequena África

ASSISTA:

Compartilhe:
Avatar photo
Redação

O Guia Negro faz produção independente sobre viagens, cultura negra, afroturismo e black business

Artigos: 699

10 comentários

  1. Numa das cidades mais cosmopolita do mundo, com bairro oriental, bairro árabe, judeu, coreano, italiano, alemão, boliviano, português, espanhol… falta um bairro africano, com restaurantes, bares, baladas, lojas de roupas, artesanato e galerias de arte representando todos
    os países e etnias do continente africano, que vem migrando para SP. Sabemos que muitos africanos vieram de áreas de conflito, violência, pobreza, e que por isso vieram sem muitos recursos para investir num novo país. Mas é aí que devíamos ter uma rede de apoio, conexões e parcerias entre a comunidade africana e o poder público brasileiro. Se tivéssemos políticos visionários, com coragem para liderar um projeto assim em parceria com as embaixadas e consulados africanos representados no Brasil. Nem requer tanto dinheiro assim, e seria excelente para a economia da nossa cidade. É uma utopia bem possível.

  2. Sou do Rj estudante de gastronomia tive um restaurante , fechei por conta da pendência quero abrir um novo em 2022 , quero misturar a culinaria Africana com a Brasileira e estou em busca de cursos referencias. Alguém trm indicações?
    Vou até Sp para cohhecer esses restaurantes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *