Turismo antirracista: 10 ações para diminuir as desigualdades entre brancos e negros nas viagens

O racismo faz parte das estruturas da sociedade brasileira, uma espécie de regra velada que permeia todas as áreas, desde acesso à saúde e educação, até as melhores oportunidades de emprego, passando pelas formas de lazer e de viajar. É aquela característica que todos sabem que existe, mas uma parte dos brasileiros ainda se nega a acreditar (ou escolhe manter) e poucos realmente combatem.

No turismo, as pessoas negras são minoria viajando, apesar de não ter dados oficiais do Ministério do Turismo ou das agências. O percentual de profissionais negros no setor também é pequeno em relação aos 56% que as pessoas de cor preta e parda que vivem no Brasil. A filósofa e ativista do movimento negro Ângela Davis afirma que “em uma sociedade racista, não basta não ser racista, mas é preciso ser antirracista”.

O Guia Negro listou 10 ações para um turismo antirracista:

1 – O primeiro e necessário passo é reconhecer a existência do racismo, entender a sua posição e iniciar o combate, ou seja, o tal antirracismo.

2 – Começamos superando o mito de democracia racial no Brasil e máximas que dizem “somos todos iguais”, vitimismo, “eu não vejo cor”, “mimi”

3 – É necessário reconhecer os privilégios da branquitude e usá-los em favor da causa. (os próximos itens ajudam a explicar como)

4  – Ampliar o número de pessoas negras na equipe e em cargos executivos nas empresas de turismo. (uma edição da revista Panrotas, mostrou que entre os aprendizes, os negros chegam a 57,5% em 2018. Mas no Conselho de Administração, topo da carreira profissional, a representatividade é de apenas 4,9%.

5  – Contratar serviços de pessoas negras. Apoie empresas e projetos liderados por pessoas negras e ou ligados ao avanço da pauta antirracista no Brasil.

6 – Realizar treinamentos voltados à educação racial para os profissionais. Não temos letramento racial na escola, faculdade ou em casa e vivemos em uma sociedade racista. Todos precisam se educar sobre esse tema.

7Estude sobre racismo, leia autores negros, converse com pessoas negras e faça viagens afrocentradas.

8 – Mude o vocabulário: abandone termos como cabelo ruim, criado mudo, denegrir, inveja branca, baianada, negrice… A lista de termos racistas que são frequentemente usados é extensa. Entre sutilezas e supostos elogios, a violência simbólica se replica quando expressões como essas são repetidas.

9 – Valorize a negritude: samba, capoeira, gastronomia, experiências de cultura negra, além de personagens negros que não tiveram suas histórias contadas como deveria.

10 – Quando presenciar atitudes de racismo denuncie. Apoie que pessoas à sua volta façam denúncias. E, principalmente, combata o discurso sobre suposto “mal entendido”. Racismo é crime. Pessoas e marcas racistas precisam ser responsabilizadas pelos seus atos.

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Redação

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