O engenheiro baiano e articulador abolicionista André Pinto Rebouças agora está eternizado no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
Nascido em Cachoeira, na Bahia, em 3 de janeiro de 1838, o engenheiro baiano e articulador abolicionista André Pinto Rebouças agora está eternizado no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. A Lei nº 15.003 , que oficializa a homenagem, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nesta quinta-feira, 17 de outubro, no Diário Oficial da União. As ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além do ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) também assinam a medida.
Foi o primeiro engenheiro negro a se formar na Escola Militar e um dos mais importantes articuladores do movimento abolicionista brasileiro. André Rebouças dedicou-se intensamente à causa abolicionista. Ele participou de diversas sociedades em prol da libertação e emancipação dos escravizados.
A família Rebouças mudou-se para o Rio de Janeiro em 1846. Foi quando ele e o irmão Antônio ingressaram ainda adolescentes na Escola Militar (precursora da Politécnica) e formaram-se engenheiros militares em 1860.
A partir de 1876, André ingressou como professor da Escola Politécnica no Rio de Janeiro e, a partir dos anos 1880, envolveu-se mais a fundo no movimento abolicionista. Junto com os amigos Joaquim Nabuco e Afonso Taunay, participando de diversas sociedades em prol da libertação e emancipação dos escravizados.
Causas
Para André Rebouças, era necessário que o processo abolicionista refletisse sobre o que deveria ser feito com os homens e mulheres uma vez considerados livres. Ele, então, passou a defender que, junto com a abolição, deveria existir uma política de desapropriação e concessão de terras devolutas para os novos homens e mulheres livres, bem como para imigrantes europeus pobres que vieram substituir a mão de obra escravizada negra no Brasil, para que pudessem conseguir meios de sobreviver.
Após a morte de d. Pedro II em 1891, de quem era amigo pessoal, Rebouças partiu para o continente africano, para trabalhar no no desenvolvimento da África e lá permaneceu durante alguns anos. Depois de assumir suas raízes africanas, acabou decepcionando-se com a condição de exclusão e pobreza dos africanos em seu próprio continente. Rebouças morreu na Ilha do Funchal em 9 de maio de 1898, aos 60 anos.