Dia de Iemanjá: uma das festas mais populares da Bahia

O Dia de Iemanjá é um dos festejos mais importantes da Bahia, junto com a celebração do Senhor do Bonfim e do dia de Santa Bárbara. Diferente das duas últimas comemorações citadas, nas quais há o sincretismo entre os dois santos católicos e os orixás Oxalá e Iansã, respectivamente, o Dia de Iemanjá tem um caráter especial pela tônica da festa ser a divindade africana, em vez de uma pertencente ao catolicismo 

Neste ano, a celebração que acontece hoje, no dia 2 de fevereiro, segue sem o festejo tradicional respeitando as restrições pela pandemia da Covid-19. Durante anos, a comemoração é realizada de maneira interessante por unir o sagrado e o profano, pois ainda que com caráter religioso, há uma festividade entoada pelos tambores e comerciantes locais que traz também um pouco do carnaval baiano. Os preparativos para a entrega das oferendas à Iemanjá acontecem um dia antes, no Bairro do Rio Vermelho, o que é uma prova de resistência, mas nada sacrificante. Com muita alegria e ainda com a energia do Ano Novo, a data reúne devotos e o público que se concentram em pedir bênçãos para o ano que inicia – e todos seguem nesta energia até o dia seguinte, quando a cerimônia acontece e todos saem em direção ao mar nos barcos já ancorados na orla da praia do Rio Vermelho.  

A festa é também uma maneira que os povos tradicionais de matriz africana encontraram para perpetuar uma tradição que nasce do Candomblé e, dessa forma, evitar o apagamento de uma cultura afro-brasileira, preservando, inclusive, o próprio nome dado à celebração – uma vez que já aconteceram investidas para mudar o nome “Dia de Iemanjá” para “Dois de Fevereiro”. 

Nesta data acontecem também as caminhadas Salvador Negra comandada pelo Guia Negro. O calendário já é conhecido e sempre ocorre na semana da comemoração da orixá, integrando uma programação que antecede ao dia 2, como a primeira caminhada desse mês que aconteceu no dia primeiro, e outra que fecha este ciclo, prevista para o dia 5.  

Caminhada Salvador Negra 

Com a proposta de fomentar a cultura negra, a Caminhada Salvador Negra tem como finalidade apresentar o Centro Histórico de Salvador aos visitantes, mas com a ótica do protagonismo negro. A capital da Bahia tem o maior percentual de pessoas negras na população, no entanto, as histórias contadas pelo turismo tradicional não mostram a cidade por essa perspectiva. Durante a trajetória pelo Pelourinho, o Guia Negro começa pelo período da escravização, passando por pontos como capoeira, religiões de matriz africana, Irmandade dos Homens Pretos, carnaval, blocos afros e afroempreendedorismo, além de personagens negros importantes da cidade.  

O tour, que acontece desde 2020 e tem a parceria da Brafrika, percorre pontos do Pelourinho, principal ponto turístico da cidade, passando por locais como Museu Afro, Igreja Nossa Senhora Rosário dos Pretos, blocos afros, entre outros. O percurso é conduzido por anfitriões de experiência do Guia Negro que trazem as perspectivas culturais e históricas da cidade. Anotem na agenda: dia 05 de fevereiro terá a próxima Caminhada Salvador Negra! 

 Caminhada Salvador Negra 

Data: 5 de fevereiro de 2022 

Ponto de Encontro: Palácio do Governo, Praça Tomé de Souza, S/N, Centro, Salvador -(Parte de cima do elevador Lacerda). 

Duração: 2h30 a 3h 

Valor: A partir de R$ 60 por pessoa (nos tours abertos) e R$ 180 (tours privados com até três pessoas) 

Para garantir a reserva é preciso fazer o depósito via PIX pela chave: guianegro@gmail.com e enviar o comprovante para o mesmo e-mail, informando a data, o nome e telefone dos clientes. 

RESERVAR AGORA: guianegro@gmail,com ou pelo telefone 11992794902 

Organização: Guia Negro 

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Joyce Nascimento

Jornalista por formação e atuação, desenvolve escritas a partir do que sente, do que vivencia e de suas pesquisas. Sua caminhada é também laboratório de informações. Sambista, ex-passista da Mangueira e do Paraíso do Tuiutí, e candomblecista, visa escurecer as coisas versando com a cultura de sua origem afro-brasileira e com povos tradicionais de matriz africana

Artigos: 18

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