Dias pela estrada – uma poesia do caminho

Já me sinto mais seguro nas minhas andanças.

Eu ainda não sei o que vou encontrar no outro lugar

E ainda deixo saudades do lugar anterior

Mas já sinto um prazer nesse deslocamento

É uma vontade de ir para o próximo destino, de conhecer as novas coisas, de saber o que me espera…

O imponderável ainda dita os dias.

Mas não saber também é ter certeza.

A dúvida também é uma resposta.

Ir e seguir é o meu caminho, o meu destino.

A minha maneira de estar no mundo é ter novos desafios

É não saber o que vai acontecer

É não saber onde vou dormir

É desconhecer o novo lugar

É descobrir

É me perder

Tenho me achado tanto nessas descobertas, nessas incertezas, nessas dúvidas, nesses caminhos que eu não sei para onde me levam

O mar bate nas rochas. É a única coisa que eu sei.

Os passarinhos cantam e têm flores na borda de todo o quadro que eu vejo

Essa montanha fala comigo e as nuvens batem nela e se alegram.

O sol não veio, mas o verde e o azul do mar estão tão fortes e tão cintilantes que ele nem faz falta

Sigo… Para o novo destino.

Deixo vontades, saudades, querer mais, querer bem.

Mas sigo. É isso que eu me propus.

Sigo.

(Corniglia, Cinque Terre, Itália. 13-05-16)

Essa poesia faz parte do livro “Dias pela Estrada”, que você pode comprar aqui.

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Redação

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