Ilha de Gorée guarda memórias do período da escravização, diz Rincon Sapiência

Rapper diz que visitar ilha do Senegal leva a identificar e se conectar com a história

Guilherme Soares Dias

Visitar a pequena Ilha de Gorée, no Senegal, pode significar uma viagem no tempo e rememorar feridas ainda abertas na humanidade do tempo da escravização, em que homens e mulheres eram trazidos forçadamente da África para se tornarem mercadorias nas Américas. Foi essa a sensação que o rapper Rincon Sapiência teve ao visitar o lugar. “É algo histórico e chocante. Você identifica mesmo que vagamente o que foi esse processo e é algo que te faz chorar. Eu, particularmente, chorei muito”, conta.

A ilha localizada numa das pontas do continente africano era estratégica para a rota dos escravizados que partiam dali. “Tinha um lugar aberto, onde ficavam os escravos, as crianças, então é impossível você não imaginar a situação entrando nesses cômodos. É dramático, mas acho que vale a pena para entender como foi a história”, considera. É possível chegar na ilha a partir de Dacar, a capital do Senegal, e visitar a Maison des Eclaves, a casa dos escravos, que rememora o período colonial.

Rincon Sapuiência durante apresentação no Senegal

No Brasil, Rincon Sapiência lembra que a Bahia e suas reminiscências de cultura negra é de visita obrigatória. “A culinária e o jeito que as pessoas são e falam, dançam. Eles têm uma liberdade com o corpo, o homem rebola mais e não tem grilo com essas questões. A Bahia é um lugar que eu me sinto muito confortável e me dá uma conexão legal”, resume.

Por conta dos shows em diferentes lugares, o rapper viaja com frequência e diz que na mala não faltam desodorante e muitas roupas, mesmo que faça um bate-volta. “Eu nunca me sinto confortável de levar só uma camiseta para o show. Gosto muito de moda e sou vaidoso. A questão das roupas é bem importante para mim”, diz. Já a playlist de Rincon para as viagens conta atualmente com várias músicas do cantor nigeriano Burna Boy.

Depois de dois anos trabalhando no disco Galanga Livre, o rapper prepara um novo CD em que deve trazer um som mais dançante com influências da música pop africana da atualidade. Confira a conversa do rapper no Guia Negro Entrevista:

 

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Redação

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