A cantora, compositora e modelo Majur é a convidada da semana do Guia Negro Entrevista e diz que “liberdade é ser quem sou”. Ela afirma que as pessoas negras estão construindo novos imaginários. Para Majur ser um corpo negro no mundo é revolucionário. “Estamos sempre lutando, mas um vai puxando o outro e vamos mudando a cadeia de tudo”.
A cantora diz que precisou ver Liniker se apresentando para ser quem é. Elas chegaram a cantar juntas e depois disso Majur começou a ter mais visibilidade sobre seu trabalho. Após lançar um EP, o cantor Caetano Veloso viu seu trabalho quis saber quem era aquela cantora. Já a participação no clipe de Amarelo, junto com o cantor Emicida e com Pablo Vittar foi outro marco. “É uma música que nos motiva todos os dias a ser quem somos e a construir novos sonhos”. O clipe quebrou barreiras e possibilitou que se apresentassem no Theatro Municipal de São Paulo.
Sobre o processo de transição, Majur diz que aos quatro anos se sentia sozinha quando se enxergava na imagem da mãe e não na do pai. “Vivi sozinha com esses pensamentos. A verdade liberta e toca o outro. Eu só falei a verdade”, conta, lembrando que ao mesmo tempo o Brasil é o país que mais mata pessoas trans, possibilita que pessoas como ela façam sucesso.
Já a revolução estética que a juventude negra imprime na sociedade é feita, segundo ela, por festas culturais que permitem que pessoas negras vivam seus corpos. “Nos permitiu nos sentirmos belos”.
A cantora sonha em fazer uma turnê com seu show e cantar com Djavan, de quem traz referências musicais e um timbre parecido. Assumir publicamente a relação amorosa com Amazonas é também uma forma, segundo ela, de construir imaginário de uma mulher trans namorando, casando.
Ao indicar um lugar de cultura negra que todo mundo precisa conhecer, ela aponta a Funceb (Fundação Cultural do Estado da Bahia), que prepara jovens negros para acessar o balé.
O Guia Negro Entrevista é realizado pela Terra Preta Produções, tem apresentação e roteiro de Guilherme Soares Dias, produção de Heitor Salatiel, direção de Rodrigo Portela, imagens de Tiago Guilherme Silva, com trilha de Boris Reine Adelaide e design de Grida.
Acesse a playlist do Guia Negro Entrevista para conferir os outros vídeos do programa:
https://bit.ly/GuiaNegroEntrevista
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