Meu quintal já foi um conjunto de coisas desimportantes. Eu ia preenchendo até completar os silêncios. Passei nele tardes inteiras criando um mundo só meu. Uma vida sem muito. É de lá que veio minha imaginação fértil, minha vontade de querer conhecer as pessoas e inventar o mundo. Esse quintal sempre foi grande. Nunca foi maior que o mundo como o do escritor Manoel de Barros, mas era o meu próprio mundo.
Foi nele que pensei em sair por aí. Seguir pela estrada. Ter vento no rosto, uma série de quadros de paisagens se alternando na janela como no cinema. Meu quintal hoje é, também, esse espaço virtual que criei para dividir questões e devaneios de um viajante, com a intenção de ajudar a inspirar sua próxima viagem.
Sem lenço, com poucos documentos, eu vou traçando meu caminho pelo mundo desde 9 de abril de 2016. Parti para uma viagem, que começou em Lisboa e ainda não tem data, nem local para o fim. Tirei um sabático e emendei com a vontade de ser nômade digital. Foram 25 países até agora nos cinco continentes.
Os números, contudo, são pouco importantes nessa viagem. Não tenho um roteiro, um objetivo e nem muita grana. Eu não sei em busca de que estou indo, me atento apenas ao lugar em que estou e penso num próximo destino. Mas tenho um tanto de juventude, um tanto de maturidade, um tanto de coragem e um pouco de dinheiro. Resolvi juntar tudo isso e partir… Conhecer novos lugares e pessoas. A ideia é, exatamente, não ter destino, nem datas, nem caminhos pré-traçados. É seguir conforme o vento bater, a vida levar…
E você, quando parte?
*atualizado em maio de 2017