Finalmente uma foto minha em cachoeira. Será que agora a RBBV me consideraria blogueiro de viagem? Em janeiro, protagonizei uma treta com o pessoal que redenominei para Rede Branca de Blogueiros de Viagem. Não consideraram o Guia Negro um blog de viagem.
Eles alegaram que não tinha periodicidade (contestei com links) e nem foco em viagem. A #rbbv afirma que matérias como “Museu Afro é o melhor do mundo sobre diáspora negra”, não era sobre viagem. Achei de uma limitação ultrajante e percebi que quase todos os membros da rede eram brancos.
E os poucos negros e alguns progressistas comentaram que havia ainda os bolsonaristas… Recebi telefonema da criadora da @rbbviagem e, apesar de precisar de apoio para monetizar o blog – motivo pelo qual queria ingressar na rede – preferi não fazer parte naquele momento. O que surpreende é esse universo limitado sobre o que é viajar e escrever sobre viagens para essas pessoas.
Mas afinal, o que faz um blogueiro de viagem? Ao invés de limitar, decidi abarcar a cobertura sobre cultura negra no blog por entender que as pessoas também se inspiram em viajar por filmes, músicas, tradições, além de dicas e histórias de pessoas. Acredito no trabalho que faço. Quando olho para essa rede e percebo que ser blogueiro de viagem é postar foto na cachoeira e emojis penso: “realmente, não sou isso”, afinal, não é o que curto fazer, nem busco.
Entendo que viajar é ser livre. Fazer as escolhas que têm a ver com você e com a sua forma de desbravar o mundo. E ser produtor de conteúdo sobre viagens, para mim, é isso também: inspirar menos pela viagem como um produto e mais por revelar histórias não contadas, a riqueza cultural, as conexões. Não estou dizendo que quem tem esse trabalho mais visual ou viaja e compartilha suas histórias de outras formas estão certos ou errados, são mais ou menos. Só ressaltando que há muitas possibilidades de viagens e milhares de escrever sobre elas.
E eu viajo e escrevo como vejo o mundo – e estou bem feliz por fazer exatamente o que gosto. Adoraria que o dedo na ferida apontado para a RBBV tenha servido para democratiza-la e abrir horizontes. É como diz o slogan da @blackbird_viagem, plataforma que inspira viajantes negros e organiza experiencias de afroturismo, da qual sou sócio-fundador: “Viajar é uma experiência transformadora, por que não pode ser também inclusiva?
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