2023: o ano em que o afroturismo entrou, definitivamente, na pauta política

2023 marcou o retorno das viagens, sem a preocupação do coronavírus, provocando o aquecimento no turismo. O afroturismo entrou, definitivamente na pauta política, tornando-se “pauta integrada” do novo governo, ganhou uma coordenadoria dentro da Embratur, reuniões para pensar seu futuro e articulações para leis, conselhos, eventos e novas políticas públicas. Um caminho sem volta de um setor que se organiza, articula e se consolida.

Veja 15 fatos políticos relevantes do afroturismo em 2023:

1 – A ministra da igualdade racial, Anielle Franco disse em março que o afroturismo iria ser pauta integrada do novo governo

2 – Em abril, a Embratur cria a coordenadoria de afroturismo e convida a profissional do turismo Tânia Neres para assumir a pasta

3 – Ministério do Turismo, Ministério da Igualdade Racial e Embratur realizam reunião histórica em agosto para pensar o afroturismo para os próximos quatro anos

4 – Mandato da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) articula leis e debates sobre afroturismo com coletivo do setor

5 – Coletivo do setor cria perfil no Instagram e começa articulação política para se transformar em entidade formal

6 – Integrantes do coletivo do afroturismo passam a integrar o Comtur – Conselho Municipal de Turismo de São Paulo e organizam fórum sobre o tema

7 – Mandato da vereadora Monica Cunha (PT-RJ) recebe integrantes do afroturismo na Câmara Municipal do Rio

8 – Cais do Valongo vai receber R$ 20 milhões do BNDES e terá museu em 2026. O consórcio do edital Viva Pequena África foi anunciado em novembro e é formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), Instituto Feira Preta e Diaspora Black

9 – Grupo de Trabalho Interministerial elabora o Programa Rotas Negras, que tem como objetivo fomentar o turismo relacionado à cultura negra e a promover igualdade racial no país

10 – Solange Barbosa toma posse em dezembro no Conselho Nacional de Turismo, representando o Coletivo Muda, a sociedade civil e o coletivo afroturismo

11 – Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados realizou em junho audiência pública em Brasília sobre a importância dos ativos da cultura negra como alavanca para o turismo

12 – Reunião da Comissão Extraordinária de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo, do Lazer e da Gastronomia da Câmara Municipal de São Paulo em 29 de agosto abordou o afroturismo na capital paulista

13 – Salvador Capital Afro realiza novo seminário, pleiteia segunda etapa e faz ações de marketing. Não há capacitação para terreiros e blocos afros, nem placas em lugares turísticos de cultura negra.

14 – Programa de visitação do Quilombo da Liberdade da Prefeitura de São Luís ganha Prêmio Nacional de Turismo

15 – Afroturismo foi tema do LACTE 18, principal evento da ALAGEV (Associação Latino Americana do Gestores de Viagens e Eventos Corporativos), painel no WTM Latin América, Fórum Panrotas, na Confetur; esteve presente na Abav, em feiras internacionais e no Salvador Capital Afro.

Guia Negro também conversou com os principais agentes do setor que contam como foi o ano de 2023. Confira:

AFROTRIP

Realizamos viagens para mais de 200 pessoas – 99% pretas – em diversas localidades que exaltam a cultura preta pelo Brasil, pelas diásporas de Curacao, Colômbia e pelo continente africano pelo Egito, Moçambique e África do Sul. Estamos nos fortalecendo no segmento de viagens afrocentradas- customizadas, pois entendemos que nossa comunidade busca experiências que tragam sentido e propósito.

AFROTOURS

Recebemos grupos internacionais, participamos de eventos e grupos corporativos. Passamos por Nova York, onde ficou nítido a força do segmento Afroturismo. Esse sucesso não é por via governamental, é por iniciativa privada dos empresários e empreendedores do setor. Salvador fechou o ano com a presença de duas figuras femininas ultra internacionais (Viola Davis e Beyonce) expressando interesse na cidade mais negra e criativa desse país. Somos a meca da ancestralidade africana.

BRAFRIKA

Ano marcado por novidades, novas conexões e inovação, seguimos com lançamentos de novos produtos como o Intercâmbio para África do Sul onde trazemos a possibilidade de levar pessoas pretas para aprender inglês e se conectar com a cultura sul-africana. Também lançamos uma nova plataforma onde é possível comprar passagens aéreas e hotel com parcelamento no boleto a pedido de muitos dos nossos clientes. Nossas viagens B2C também foram um sucesso, levamos clientes 60+ para a Colômbia e África do Sul. 2023 marcou a ida da CEO e Diretora Criativa Bia Moremi para a África do Sul onde está residindo atualmente, fortalecendo parcerias e conectando a diáspora brasileira e sul-africana. Bia esteve presente como palestrante no evento Salvador Capital Afro.

CIDADE GRIOT

Ano de nascimento do Cidade Griot, com proposta dinâmica e educativa, mergulhamos no centro histórico da cidade percorrendo lugares, monumentos, lendas e mistérios conectados a história negra ludovicense. Os roteiros Caminho das lendas, Praia Grande e Caminhos da Liberdade, nos direcionaram para as narrativas do centro histórico pouco conhecidas. Expandimos nossos horizontes lançando o roteiro Uma Cidade Chamada Bonfim, momento único para conhecer a periferia da cidade. Fomos convidados ao encontro de promoção e consolidação do afroturismo no Brasil, realizado em Brasília, além da rodada de negócios de afroturismo no festival Salvador Capital afro. Agradecemos pela coletividade e cuidado dos nossos parceiros: Guia Negro, Diáspora Black, Mova experiências e a comunidade Pense Minha Cor.

CONECTANDO TERRITÓRIOS

Fomos reconhecidas com o Prêmio USBEA, da Embaixada dos Estados Unidos, pela melhor iniciativa da região Sudeste do Brasil. Fomos convidadas a nos apresentar em San Rafael, Califórnia. Participamos do Primeiro encontro de Afroturismo organizado pela Embratur na WTMlat. Conhecemos a Nigéria e demos uma entrevista na rádio local e apresentamos o Afroturismo no Brasil. Foi publicado o artigo escrito por Thais Rosa no livro “Memória, Patrimônio e Turismo em perspectiva do Cais do Valongo. Saímos na TV Francesa, apresentando a região da Pequena África. Recebemos uma Monção Honrosa de serviços prestados à população negra no Rio de Janeiro. Ampliamos parcerias com outras instituições. Recebemos muito mais visitantes africanos e da diáspora africana.

DIASPORA.BLACK

A Diaspora.Black tem o orgulho de colaborar com a consolidação do segmento. No primeiro trimestre, construímos diálogos com a Embratur e propusemos um encontro com lideranças do Afroturismo durante a WTM, em abril. Levantamos a pauta para o Congresso, com uma Audiência Pública na Comissão de Turismo da Câmara, ao lado de representações de outros órgãos públicos para avaliar oportunidades do Afroturismo. Atuamos na mobilização de parcerias com o MTur, MIR e BID, para construir o Encontro de Consolidação e Promoção do Afroturismo, em Agosto, em Brasília, participamos na mobilização, condução, metodologia e viabilizando a logística.

Foi um ano de expansão da Diaspora.black, com maior diversificação de portifólio de experiências e destinos e crescimento das reservas de experiências e hospedagens. A empresa investiu em participações em duas feiras internacionais, no estande da Embratur, ampliando as parcerias internacionais.

Também passamos a integrar o portfólio de Igualdade Racial da Nesst, fundo de impacto social internacional que apoia a segunda edição do Laboratório Criativo de Roteiro, que recebeu 130 inscrições. Um destaque foi o crescimento do time, com novas profissionais. Um marco histórico deste ano é a conquista do Edital Viva Pequena África, do BNDES, para a promoção de projetos no território da Pequena África, no Rio, ao lado do CEAP e da Preta Hub.

EMBRATUR

Em março, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, tem sua primeira reunião com profissionais do afroturismo durante a WTM em São Paulo. Em maio, cria a Coordenação de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas sobre o Comando de Tânia Neres. A partir daí, a estratégia foi iniciar uma Campanha de Marketing apresentando o Afroturismo para todos os canais de comunicação da empresa. O Afroturismo foi levado para vários países de diáspora africana tais como Africa do Sul, Colômbia, França e Estados Unidos, para abrir mercado e convidar os estrangeiros a conhecerem um Brasil com protagonismo negro.

ETNIAS TURISMO

Tivemos crescimento no atendimento no turismo cultural na cidade do Rio. No âmbito internacional recebemos visitantes de diversos países da Europa (França, Portugal, Espanha, Inglaterra) e, principalmente, dos Estados Unidos. Iniciamos o atendimento corporativo, chegando a mais de 500 pessoas. Desenvolvemos uma equipe de guias de turismo formada por pessoas negras. Implantamos nosso programa de monitoria para alunos de turismo. Na área educacional, palestramos em uma das maiores e mais tradicionais escolas do Rio, assim como atendemos Secretarias de Educação da região Fluminense; Universidades Públicas e Escolas Federais. Na Educação foram impactados mais de 400 estudantes.

Participamos em São Paulo da 1º reunião com o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, para o início da promoção do Afroturismo no Brasil, no WTM, e do “Encontro: consolidação e promoção do Afroturismo”, ocorrido em Brasília. Na Câmara dos Vereadores do Rio, participamos da discussão sobre racismo e políticas públicas e recebemos Moção Honrosa em razão da contribuição para a análise e elaboração de políticas públicas para combater o racismo. Saímos no Caderno Especial do Jornal O Globo na reportagem sobre o Afroturismo no dia da Consciência Negra e, por fim, participamos do documentário “O Rio que deságua na África” pela produtora Lascene, que apresenta o Afroturismo no Brasil.

GUIA NEGRO

Fortalecemos nossa atuação em Salvador, realizando caminhadas negras todos os sábados do ano; aumentamos nossas parcerias com empresas que vieram realizar as caminhadas negras como ação de letramento racial, principalmente em novembro. As escolas também trouxeram alunos para os tours. Ampliamos as parcerias e realizamos tours em 30 cidades de 21 unidades da federação, estreando em Florianópolis, Rio Claro (SP), Pindamonhangaba (SP), Vitória, Belo Horizonte, Santo Amaro (BA), Recife, Fortaleza, Belém, Manaus, Macapá, Cuiabá e Corumbá (MS). Também chegamos no bairro da Casa Verde, em São Paulo, e no Comércio, em Salvador.

Fizemos uma parceria com a Nestlé para produzir conteúdos contando a história negra dos locais onde a empresa está presente. Ganhamos o Prêmio Brasil Criativo, de melhor produtores de conteúdo, e contamos nossa história em um documentário. Buscamos o mandato da deputada federal Erika Hilton para criar políticas públicas para o setor. Provocamos sobre a Praça Visconde de Cairu, em Salvador, e conseguimos a aprovação na Câmara Municipal para a mudança do nome para Maria Felipa de Oliveira. Tivemos a segunda temporada do podcast Guia Negro. Crescemos nas redes e nos consolidamos como a maior comunidade do afroturismo. E no fim do ano, o fundador do Guia Negro, Guilherme Soares Dias, lançou o livro “Afroturismo, afeto, afronta e futuro”.

INSTITUTO DA COR AO CASO

O Caminho Ancestral, nosso roteiro afrorreferenciado no Centro Histórico de São Luís, completou dois anos. Num roteiro que busca quebrar a narrativa de dor e subalternização frequentemente impostas ao povo negro, fizemos, além da nossa tradicional edição junina do roteiro – com a apresentação do Cacuriá de Dona Teté, muitos roteiros para escolas públicas e privadas, graduandos da Universidade Federal do Maranhão, e grupos corporativos de organizações como Sesc Maranhão e Associação dos Magistrados do Brasil – AMB, por meio da Caminhada Negra, fruto da parceria com o Guia Negro. Encerramos o ano com chave de ouro em dezembro, com cinco edições especiais para o Instituto Cultural Vale, momento em que incluímos ao roteiro o recém-inaugurado Monumento à Diáspora Africana no Maranhão, na Praça das Mercês, Centro Histórico de São Luís.

ME LEVA CERRADO

Consolidamos o projeto Brasília Negra e realizamos alguns tours simbólicos junto ao Iphan, com magistrados e grupos de advogados. Estamos mostrando aos poucos para o Distrito Federal e para o Brasil a força do afroturismo na capital do país. Nossos estudos afrocentrados permanecem e o Guia Afetivo Negro do Distrito Federal que é um desdobramento desses estudos, nos dá uma base sólida para ampliar nossos roteiros e opções de lazer, cultura e entretenimento afroturístico. Iniciamos 2022 com a ideia de conseguirmos fazer afroturismo em um dia no DF, hoje, temos a certeza que cinco dias não são o suficiente para ver todas as atrações que a capital federal oferece.

ROTA DA LIBERDADE

O Afroturismo esteve em alta com nossos roteiros no Quilombo da Fazenda em Ubatuba e Quilombo Cafundó, em Salto de Pirapora, este especialmente com a visita do Rei do Povo Bailundo de Angola. Em novembro a Caminhada Negra em Pindamonhangaba e para fechar nossa participação no Salão Nacional de Turismo com o estande feito pelo Estado de São Paulo para apresentar a Experiência em Afroturismo da Rota da Liberdade. Tomei posse como Conselheira Nacional de Turismo, pelo Coletivo Muda, onde conquistamos a Câmara Temática dos Povos Quilombolas, Indígenas e outras Comunidades Tradicionais e também a palestra sobre Afroturismo no painel Novas Tendências do Senac.Também fizemos curadoria e participamos do African Fashion Week.

ROTAS AFRO

O Ano de 2023 foi especial: chegamos em mais uma cidade: Rio Claro, lançamos novas obras de Realidade virtual e aumentada, atendemos mais de 400 estudantes por meio do Rotas Afro nas Escolas. Nossa equipe cresceu e, com isso, foi possível realizar muitos roteiros pelo interior paulista. E para fechar com chave de ouro: Rotas Afro foi contemplado no Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade – IPHAN , em reconhecimento a nossa trajetória com a preservação da memória negra no interior paulista.

SOU + CARIOCA

2023 foi de colheita. Somos uma agência de turismo receptiva e estamos no mercado desde 2015 e colher frutos que plantamos. O Afroturismo continua sendo nossa paixão e nesse ano conseguimos mostrar mais histórias além da Pequena África do Rio de Janeiro. Concretizamos a parceria com o podcast História Preta e transformamos a série “O Plano” e um tour guiado falando sobre o processo de abolição do Brasil. Participamos do Festival Latinidades como uma das empresas de turismo responsáveis por conduzir alguns participantes pela Pequena África.

Fomos responsáveis por atender empresas grandes como a Rede Globo e conseguimos oferecer mais experiências para o público estrangeiro que visitou o Rio, apresentando a cidade para além do óbvio.

PROFISSIONAIS INDEPENDENTES:

Aline Mariano

2023 foi o ano em que estreei na profissão de guia de turismo, por meio do programa Vai de Roteiro, oferecido pela Prefeitura de São Paulo! Além do programa gratuito, pude fazer tours particulares em português e inglês. Também fiz novos contatos com profissionais da área de turismo e eventos, acompanhei Aulas Magnas sobre Tradições e Oralidades Africanas. Em 2024, certamente estarei mais atuante no Afroturismo.

Denise Rodrigues

O ano de 2023 foi intenso, cheio de desafios e proporcionou muitas oportunidades de trocas entre academia, mercado e poder público. A aproximação com quem faz e pensa o afroturismo, não apenas em São Paulo, mas no Brasil, foi fundamental. Palestrei, junto a outros parceiros, da ABAV Expo RJ, Câmara dos Vereadores de São Paulo, falei com o Presidente da Embratur Marcelo Freixo em duas oportunidades, participei do COMTUR-SP, tiramos o Fórum São Paulo de Afroturismo do papel e realizamos o primeiro fórum com a temática – que foi um sucesso! Houve convites para entrevistas/aulas/palestras em universidades e cursos técnicos, sobretudo nos eixos turismo, lazer e hospitalidade. Todas essas atividades, em conjunto com os guiamentos, vem mostrando que o afroturismo está se consolidando e sendo pautado em diversas esferas do turismo e a tendência é seguir forte em 2024!

Hubber Clemente

Minha startup Afroturismo Hub realizou mais de 20 ações de letramento racial corporativo para empresas do turismo, fundamos no segundo semestre o Fórum São Paulo do Afroturismo, que nos representa no COMTUR (Comitê Municipal do Turismo de São Paulo ) com destaque na Confetur (Conferência Internacional de Turismo) e realizou também o primeiro evento presencial do afroturismo com mais de 120 inscritos, mostrando que nosso movimento ganha cada vez mais espaço. Foi um ano inesquecível para inclusão e diversidade racial no turismo. Temos muito a avançar, mas, com certeza, 2023 é o ano que o Afroturismo mostrou o seu potencial para inclusão racial no turismo.

Luana Ferreira

Participei do programa de intercâmbio “Leaders Lead On-Demand program – African Descendant Social Entrepreneurship Exchange” do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Juntei-me ao time da Organização Remanescentes Tia Ciata e realizei o roteiro Caminhos de Ciata, que preserva a história e difunde o legado da Matriarca do Samba. Realizei trabalhos marcantes como roteiros para a multinacional L’ÓReal.

Junto com colegas guias como parceiros, ajudei a criar o Primeiro Manual de Boas Práticas do Circuito da Herança Africana para guias de turismo e professores. Em parceria com o Casarão Cultura João de Alabá realizamos o Projeto Libertador em walking tour que misturava turismo, teatro e educação.

Em setembro vivemos a ABAV intensamente mostrando a potência do Afroturismo. Participei da série “O Rio que Deságua na África” da Lascene Produções. Recebi uma moção honrosa pelas minhas contribuições ao turismo em novembro e outra em dezembro por participar das atividades da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara de Vereadores da Rio. O ano fechou com chave de outro ao participar de uma recepção realizada pelo consulado norte americano para empreendedores negros e ex-intercambistas. De janeiro a julho, realizei tour com 553 pessoas.

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Redação

O Guia Negro faz produção independente sobre viagens, cultura negra, afroturismo e black business

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