Parte fundamental da identidade cultural de Minas Gerais, o povo negro será celebrado durante o “Afromineiridades – Programa de Proteção da Cultura Afro em Minas Gerais”. A iniciativa consiste em assegurar maior democratização das políticas públicas da cultura, celebrando, a rica diversidade no estado ao evidenciar toda a importância das tradições e dos costumes dos povos negros ao manter viva a memória dessa comunidade. O programa da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) foi apresentado em evento no fim de março e conta com apoio de representantes das comunidades quilombolas, guardas de congado e povos de terreiro de Minas.
“Os povos negros têm uma importância gigantesca na formação da identidade cultural do Brasil e, em Minas Gerais, cuja população é, em sua maioria, de pessoas negras, essa assinatura é ainda mais evidente. Nosso objetivo é proteger as raízes afro do estado, garantindo visibilidade para a cultura negra em suas inúmeras formas de expressão. Tanto no olhar para o passado, celebrando as festas populares e a ancestralidade, quanto no presente, com ações concretas que promovam a democratização e a diversidade artística, a proposta é consolidar esse programa como um mecanismo de proteção à memória das tradições negras em nosso estado”, destaca o titular da Secult, Leônidas Oliveira.
Para o presidente do Iepha, Felipe Pires, “mesmo invisibilizadas ao longo dos tempos, a contribuição das diversas culturas africanas para a formação da identidade da população mineira é inquestionável. Pela impressionante capacidade de resistência e de adaptação, a cultura vinda com a população africana se transmutou e se recriou com elementos das Minas Gerais. O Iepha, em sua trajetória, já reconheceu algumas delas. Em 2022, a Instituição soma esforços na criação e execução de um programa capaz de ampliar e evidenciar o reconhecimento, dando a importância que essas tradições merecem”, pontua.
Visibilidade e reconhecimento
O Afromineiridades é uma importante iniciativa para compreender e reconhecer a complexidade das contribuições dos grupos de matriz africana que formam as culturas mineiras. A partir do Programa de Proteção da Cultura Afro em Minas Gerais, a Secult e o Iepha propõem uma série de eventos, debates e interações com lideranças políticas, intelectuais negros, comunidades quilombolas e povos de terreiro visando criar caminhos para melhor entendimento dos conhecimentos afromineiros que trazem especificidades em relação aos saberes especializados, manifestações culturais, cosmovisões e modos de vida específicos.
Tendo como tema central a Proteção da Cultura Afro em Minas Gerais, o Programa se divide nos eixos temáticos: o inventário dos povos de terreiro de Minas Gerais e o reconhecimento dos congados e dos quilombos em contexto urbano como Patrimônio Cultural do Estado. As discussões e reflexões se desdobrarão em quatro ações que ocorrerão entre os meses de março e junho deste ano. Trata-se de um momento singular para escuta e diálogo com mestres e mestras das culturas provenientes da ancestralidade africana de modo a balizar e criar novos caminhos para as ações de reconhecimento e salvaguarda do patrimônio cultural de Minas Gerais.
Uma extensa programação vai aprofundar a reflexão sobre a contribuição dos grupos negros na formação sociocultural em Minas. As ações que envolvem o Afromineiridades estão divididas em: Lançamento do Programa de Proteção da Cultura Afro em Minas Gerais – Afromineiridades; Seminário sobre a proposta de Registro dos Congados e Reinados de Minas Gerais como Patrimônio Cultural Imaterial; Seminário sobre a proposta de Registro das Comunidades Quilombolas em contexto urbano de Minas Gerais como Patrimônio Cultural Imaterial; e Seminário sobre a proposta de Mapeamento dos Povos e Comunidades de Terreiro de Minas Gerais.
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